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TÉCNICA ASTROLÓGICA

Sistemas de casas, um breve comparativo

Henrique G. Wiederspahn

O método de Placidus

A partir do século XIX, as tabelas de casas de Placidus se tornaram mais acessíveis, declinando então o emprego das casas de Regiomontanus, consideradas bastante complexas em seu cálculo e elaboração.

Este sistema leva o nome do monge beneditino Placidus de Titis (1603-1668) que popularizou o seu uso durante o século XVII.

Como já vimos em sistemas anteriores, é comumente aceito que Placidus não tenha criado este método, uma vez que esse tipo de tabela já era disponível um ano após seu nascimento, tendo surgido cerca de 1305. No século XII, um astrólogo hebreu chamado Abraham Ibn Ezra deu a conhecer este método como sendo empregado por Ptolomeu, mas foi Placidus que lhe deu suporte, creditando o mérito igualmente a Ptolomeu.

O sistema de casas de Placidus é absolutamente baseado no tempo e diz-se que se encontra em harmonia com as horas planetárias.

Por isso, é bem provável que seja um sistema de casas antigo e talvez conectado àquele antigo sistema de contagem de tempo, associado à passagem das constelações pelo Zênite e Horizonte, reforçando o simbolismo da passagem dos astros pelas casas. Assim, cada casa representaria duas horas de movimento diurno do Sol.

Parece ainda que este era o sistema de casas utilizado por Ptolomeu nas Direções Primárias e, por conta disto, vários astrólogos acabam por defender este sistema. Contudo, não existe nenhuma evidência que ateste a veracidade desta afirmação.

De toda forma, o sistema de casas de Placidus é de longe o método mais popular ainda em nossos dias. As Tábuas de Casas de Raphael em muito contribuem para essa popularidade, embora o "espírito" contido na elaboração do sistema de casas deva ser igualmente respeitado.

Embora os conceitos existentes neste método sejam bastante simples, o cálculo é de longe o mais complexo, pois se baseia na projeção de círculos horários, de maneira semelhante a Alcabitius e Koch. O que diferencia um método do outro é a maneira de realizar essa projeção.

No sistema de casas de Placidus, as cúspides das casas XI e III são pontos da Eclíptica obtidos por meio de semi-arcos numa razão de 1/3 da distância meridiana e as cúspides das casas XII e II, com a razão de 2/3. Em outras palavras, podemos dizer que as cúspides das casas no sistema de Placidus correspondem a pontos progredidos da Eclíptica, na razão de 1/3 e 2/3 respectivamente, projetados ao longo de seus respectivos quadrantes.

No caso em que os pontos da Eclítica forem circumpolares, não há como obter as cúspides das casas, o que ocorre em latitudes que correspondem ao complemento da obliqüidade da Eclítica (cerca de 23,5º).

De um ponto de vista astronômico, este método representa o Espaço Local parcialmente, não lhe sendo fiel, pois se referencia primeiramente no Espaço Universal através da Eclítica. Preenche o segundo critério, da coerência astrológica.

As distorções em latitudes elevadas


Sempre que a latitude do local para o qual se deseja obter as casas se encontrar nas regiões polares (a partir do círculo de latitude de 66,5º), haverá problemas em calcular o Ascendente e o Meio-Céu, a partir dos quais as demais casas são obtidas.

Nos círculos polares Ártico e Antártico, a Eclítica coincide com o Horizonte em certas ocasiões do dia. Isso implica dizer que o Ascendente e o Descendente podem estar em qualquer lugar (ou em nenhum). Da mesma forma, nessas ocasiões não haverá Meio-Céu ou Fundo do Céu. Nesse caso, não será possível obter um sistema de casas, uma vez que estes ângulos são necessários para o seu cálculo.

E, mesmo se a Eclítica não coincidir exatamente com o Horizonte, estamos diante de uma situação crítica, pois a menor imprecisão irá acarretar enormes diferenças na divisão das casas astrológicas.

Se tomarmos o exemplo de uma latitude de 66,5º, veremos que um minuto antes da Eclítica coincidir com o Horizonte, o segundo e o quarto quadrantes ocuparão um pouco menos de 20' de arco. E, dois minutos após, os mesmos quadrantes ocuparão cerca de 359,5º.

Especificamente nas regiões polares, uma parte do Zodíaco jamais se eleva do Horizonte, o que implica que certos signos jamais ocuparão o Ascendente. Esta situação ocorre em certas áreas da Noruega, Sibéria ou mesmo do Alasca, por exemplo. Nessas regiões, Sagitário e Capricórnio nunca se elevam no Horizonte, enquanto Gêmeos e Câncer jamais se põem. Isto quer dizer que os nativos dessas partes do globo jamais terão estes Ascendentes.

Em situações extremas, nos Pólos, as intersecções do Zodíaco com o Horizonte se encontram no mesmo grau, o que quer dizer que os signos de Áries a Virgem podem se encontrar permanentemente acima do Horizonte enquanto seus opostos estarão abaixo. Neste caso, temos um Ascendente "estacionário".

Consultando uma tabela de casas (quadrantes), veremos que existe a mesma dificuldade com respeito ao Meio-Céu.

Conclusão

Concluímos então que a distorção em elevadas latitudes é conceitual e decorre do modo como o Ascendente e o Meio-Céu são definidos no Sistema de Casas Quadrantes, não sendo uma particularidade de um ou outro método.

No entanto, nos métodos que utilizam semi-arcos esta distorção será mais pronunciada.

Campanus Regiomontanus Placidus
Método de divisão 1º Vertical Equador Celeste Trissecção
dos arcos diurnos
Coerência Astronômica Sim: Espaço Local. Sim: Espaço Universal Parcial.
Coerência Astrológica Sim. Sim. Sim.
Coerência Interpretativa Centrado no indivíduo Centrado no mundo. Apoiado na Eclítica.
Ponto negativo O Zodíaco está em segundo plano. O indivíduo está em segundo plano. O indivíduo não está em 1º plano. Maior distorção em latitudes elevadas.

Saiba mais sobre Henrique G. Wiederspahn.

Leia também:
Conceitos de Mecânica Celeste, de Henrique G. Wiederspahn
Métodos de Divisão de Casas, de Raul V. Martinez

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| O método de Placidus e a comparação dos três sistemas |
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