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 Edição 137 :: Novembro/2009 :: -

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ASTROLOGIA E IMAGINÁRIO NORDESTINO

O astrólogo-almanaqueiro do Sertão

Martha Perrusi

No sertão nordestino há uma rica tradição com interface astrológica: é a dos almanaques, um gênero de literatura enciclopédica que tenta agregar conhecimento de todas as áreas de conhecimento das culturas popular e erudita.

Projeto de pesquisa com Almanaques - UFPEJosé da Costa Leite, presente no evento da UFPE que homenageava a astrologia, se insere na tradição dos almanaqueiros nordestinos. Ele é também escritor de cordéis, faz xilogravuras, uma arte em que os signos cosmológicos e sertanejos também se fazem presentes. E publicou o primeiro número de seu almanaque em 1959.

Costa Leite afirma que “um folheto escrito no quarto minguante não teria êxito”. Ele se define como “amador de Astrologia e Ciências Ocultas” em seu “Calendário Nordestino: Almanaque para o ano de 2010” e considera difícil elaborar o Almanaque, por “precisar de muito cálculo”.

Almanaque vem do árabe almanakh, e designava, no início, o lugar onde os povos nômades paravam seus camelos e iam descansar, homens e animais. Ali, os homens trocavam notícias, informações de todo tipo, sobre o tempo, as safras, curiosidades, etc. (Conf. NOGUEIRA, p.58).

Por isso mesmo, o Almanaque nordestino não é apenas astrológico, pois possui as mais variadas informações, dicas e orientações de vida prática. No entanto, vamos nos ater sobretudo às questões astrológicas ali divulgadas cuja fonte, nos diz Costa Leite, é o “Lunário Perpétuo”.

O Calendário para o Ano 2010 traz, em sua capa, um acróstico usando o próprio nome “Calendário Nordestino”, em que ele se insere na tradição dos almanaqueiros nordestinos, comenta um pouco do tempo do ano e sobre o sertanejo, narrando o Juízo do ano 2010:

 

Costa Leite é igual nas previsões
A Manoel Caboclo no seu tipo
Luta igual a Vicente Vitorino
E João Ferreira de Lima nas lições
No Nordeste por todas as regiões
Deixa crer que há grande aceitação
As invernadas do Brejo ao Sertão
Rios cheios com força do Divino
Isto é o Calendário Nordestino
O Almanaque chamado campeão

No Lunário explica claramente
O dominante é Mercúrio e Vênus rege
Reforçando a lavoura Deus protege
Dando forças ao povo tão carente
Enviando chuvarada e tempo quente
Se o tempo não trouxer nenhum revez
Tendo boa lavoura, vários pés
Indicando fartura em campo novo
Narrei nos acrósticos, para o povo
O Juízo do Ano 2010

Como o Almanaque é autoral, Costa Leite, que é leonino (“27 do 7 de 27, o 7 me acompanha”), coloca ainda na capa a figura de um Leão que olha o logotipo da editora (própria) que publica o almanaque: “Editora Coqueiro: com raízes na Terra”. Na capa, está uma mandala astrológica em cujo centro está a imagem do almanaqueiro.

Almanaqueiro José da Costa Leite

O almanaqueiro José da Costa Leite ao lado das astrólogas Dulce Figueiredo,
Angela Brainer, Stella Siebra e Martha Perrusi.

O almanaque contém o Juízo para o ano 2010, apresentado de modo bem sintético, o calendário com as datas móveis, um breviário de citações, indicações do período favorável para plantio e para outras atividades ligadas ao sertanejo, além de orações e anúncios.

Na parte dedicada à astrologia, há um Horóscopo, em que Costa Leite faz um sucinto prognóstico para cada signo, sempre de modo positivo, ou, pelo menos, “aliviando”. Em Sagitário, por exemplo, ele diz: “Em 2010 alguns prejuízos no trabalho para depois correr na maré mansa”.

Vênus, xilogravura

Xilogravura de Vênus, obra do almanaqueiro (e também xilogravador e
editor) José da Costa Leite.

Também, na parte da astrologia, ele faz a divulgação de seu trabalho: “Prezados amigos e fregueses peçam no endereço da capa deste Almanaque o seu Horóscopo Individual contando o dia-a-dia do seu viver durante um ano inteiro”. Costa Leite faz um “perfume planetário do seu signo”, que ele criou, baseado em seu conhecimento de astrologia e ervas, uma essência particularizada para cada pessoa que o encomenda.

Estamos diante de uma sabedoria popular, sertaneja, nordestina, que experimenta unir céu e terra.

Saiba mais sobre Martha Perrusi.

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