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Em cartaz, os instintos norte-americanos Beleza Americana, Magnólia, Assassinos por Natureza e Clube da Luta são alguns dos filmes, dos últimos anos, que discutiram a banalização do masculino. Clube da Luta, filme de 1999 do diretor David Fincher, roteiro de Jim Uhls, conta a história do encontro de Jack e Tyler Durden. Jack, interpretado por Edward Norton, é um insone constantemente deprimido que passa suas noites procurando diferentes grupos de ajuda mútua para ouvir relatos emocionados e dar abraços nos participantes durante as terapias de grupo. Jack é um faminto por emoção. Tyler Durden, interpretado por Brad Pitt, tem comportamentos completamente opostos a Jack. Hiperconfiante, viril, faz da palavra e da força sua ética. Enquando Jack se preocupa em decorar a casa com objetos importados de última linha, Tyler mora numa casa abandonada e acredita na autodestruição como valor para realçar o vigor e a hombridade. Seu lema: "Quanto você conhece de si mesmo se você nunca entrou numa luta?". Jack e Tyler iniciam lutas intermináveis, onde ambos saem muito machucados, porém, vitalizados. Fundam o Clube da Luta, que abriga homens que queiram experimentar a sensação de uma briga de rua. É a briga tonificando a vida. O Clube da Luta se espalha por todo o país ao ponto de Tyler virar uma lenda. Mas apenas lutar não bastava. Era preciso destruir os ícones da cultura de consumo que segundo o filme fazem troça do homem. Por isso, começa a recrutar fiéis para destruir pontos estratégicos ou simplesmente para fazerem xixi na comida de restaurantes de luxo.
No final do filme há uma espécie de apoteose: a destruição de prédios que sediavam empresas de cartão de crédito. E para nossa surpresa, neste momento, Jack se dá conta que Tyler é ele próprio. Jack e Tyler são a mesma pessoa. Essa é a melhor caracterização de quando Marte está fora da consciência: o outro que é agressivo. Esta é a representação do Marte Americano na casa Sete - a casa do Outro-Em-Mim. Ou vocês acham que os americanos se vêem como um povo agressivo? Clube da Luta foi um sinal da urgente necessidade de reconstituir a interação com uma parte do masculino, representado na astrologia por Marte: a força, a beleza de dentes e músculo. Marte é a vida circulando nas veias. Se considerarmos o mapa dos EUA como paradigma da sociedade moderna e globalizada, é fácil concluir que Marte - o Instinto - não é reconhecido. Para um Saturno exaltado em Libra - O Justo, dispositor da Lua em Aquário - a liberdade construirá uma sociedade na qual o Direito (Libra) ficará acima de tudo. Marte é regente de Áries, o oposto de Libra. Será que a guerra ou a violência não é uma maneira desesperada de dialogar com Marte, o Guerreiro? Será que a guerra poderá unir a sociedade americana?
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