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Um olhar brasileiro em Astrologia
 Edição 89 :: Novembro/2005 :: -

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ASTROLOGIA TRADICIONAL APLICADA AO ESPORTE

William Lilly e o futebol

Gerson Pelafsky

Se as regras fixadas por William Lilly no século XVII são realmente válidas, é possível diagnosticar por antecipação o resultado de qualquer partida. Tudo depende do horário do jogo e de quem vai dar o chute inicial.

William Lilly (1602/1681) foi um dos "bambas" da astrologia em todos os tempos. Dentre as sua contribuições, aquela pela qual é mais lembrado foi sua rigorosa sistematização das regras da astrologia horária, contida naquela que é considerada pelos experts a "bíblia" do assunto - o livro "Astrologia Cristã". O segundo volume deste livro tem uma série de questões, perguntas sobre todos os assuntos da vida, às quais Lilly fornece um parâmetro seguro de julgamento. Na época a Inglaterra vivia um dos seus períodos mais conturbados, a guerra civil, que culminou na destituição do Rei do poder e sua posterior execução.

Era compreensível a apreensão de muitos, que levavam questões sobre guerra e contenda para que Lilly desse seu sensato parecer de taurino. Eram dois lados em luta, os partidários do Rei contra os seguidores do Parlamento.

No Brasil atual, onde muitos bandidos e mocinhos se nivelam na vala comum da mediocridade, não há espaço para embates tão dramáticos... Sobra espaço para o povo eleger como heróis modernos nossos jogadores de futebol: nada como uma empolgação nascida de algo espontâneo e não de um jogo de cartas já marcadas... deixando as divagações de lado, será que se aplicássemos as regras de Lilly para partidas de futebol teríamos resultados semelhantes aos obtidos com relação a outros tipos de embates? A resposta é sim.

Em primeiro lugar, levanta-se o mapa para o dia e horário do jogo em questão. Em mapas horários a casa 1 é atribuída a quem formula a questão. No mapa de jogo, a casa 1 será atribuída ao time que der o chute inicial do jogo, sendo o oponente representado pela casa 7. Como sempre, os regentes destas casas terão papel fundamental na avaliação, e será usada a tabela das dignidades essenciais (legada a nós por Ptolomeu e os antigos) para se avaliar a força dos planetas em questão.

O procedimento básico de Lilly era dar um peso matemático para as colocações, seja de força ou de fraqueza. Também o posicionamento nas casas recebia uma consideração dessa ordem (dignidade acidental). Aqui serve mais como um parâmetro para o astrólogo não se perder, principalmente nos mapas onde o equilíbrio de forças é tão parelho que fica difícil saber para onde pende a balança - na prática não é necessário usar como "receita de bolo".

Pontuação para planetas dignificados (observar que algumas situações resultam em pontuação negativa):

SITUAÇÃO
PONTOS
Domicílio (planeta no próprio signo que rege)
+5
Exaltação
+4
Triplicidades
+3
Termos
+2
Faces
+1
Queda
-4
Detrimento (exílio)
-5

Quanto às casas e aspectos:

SITUAÇÃO
PONTOS
Planeta na casa 1 ou 10
+5
Planeta na casa 7, 4 ou 11
+4
Planeta na 2 ou na 5
+3
Planeta na 9
+2
Planeta na 3
+1
Planeta em trígono partil (exato) com Júpiter ou Vênus
+4
Planeta em sextil partil (exato) com Júpiter ou Vênus
+3
Planeta em conjunção com a estrela Regulus
+6
Planeta em conjunção com a estrela Spica
+5
Planeta na 12
-5
Planeta na 6 ou na 8
-2
Planeta retrógrado
-5
Planeta combusto
-5
Planeta em conjunção exata com Marte ou Saturno
-5
Planeta em oposição exata a Marte e Saturno
-3
Planeta em conjunção com a estrela Algol
-5

Aplicando a técnica

Exemplo: Brasil x Argentina

Brasil x Argentina - 08/06/2005, 21h55 (-03:00)
Buenos Aires, Argentina - 34s36, 58w27.

O Brasil começou a partida, de modo que é representado pela casa 1, enquanto a Argentina é a casa 7. De acordo com a condição dos regentes poderemos saber qual será o desfecho deste jogo: regente domiciliar da casa 1, Brasil, está cadente na casa 6 e em signo de exílio. Sol, representando o time da Argentina, está peregrino (sem dignidade essencial), porém tem dignidade acidental (posicionado numa casa favorável, a casa 5). Aqui não há necessidade de contar pontos, é visível a melhor situação astrológica da Argentina. O resultado do jogo foi 3x0 para a Argentina (talvez o trígono Sol-Netuno signifique como o time portenho ficou iludido, "se achando" depois da vitória sobre o Brasil...).

Brasil x Argentina: a revanche

Brasil x Argentina - 29/06/2005, 15:45 (+02:00) - Frankfurt, Alemanha - 50n07, 08e40.

Novamente o chute inicial foi brasileiro, de modo que nosso país é representando pelo regente domiciliar da casa 1, Marte, e a Argentina é representada pelo regente da 7, Vênus.

Marte está em Áries, dignificado por domicílio e com dignidade acidental também por estar na ótima casa 5. Argentina está bem pior, Vênus está peregrino (sem dignidade essencial) e conjunto a Saturno em exílio. Resultado: foi uma goleada do Brasil, aqui em Áries, pudemos ver em ação os "poderosos guerreiros". A quadratura com o Sol mostra quão árduo foi o jogo, exigiu muita garra.

Brasil x Paraguai

Agora um exemplo para mostrar como se faz uso da tabela ptolomaica:

Brasil x Paraguai - 05/06/2005, 16h10 - Porto Alegre, RS - 30s04, 51w11.

Brasil começou o jogo. Marte nos representa de novo aqui, e está dignificado por triplicidades (ver na tabela, Marte está dignificado nos signos de Água), por termos (em Peixes o segmento de 20 a 26 graus tem a regência de Marte, portanto ele está em seus próprios termos a 25 graus e trinta e cinco) e também dignificado por face (de 20 a 30 graus é o decanato de Marte). Fora isso, está acidentalmente dignificado na casa 5. O lado do Paraguai está infinitamente mais fraco, Vênus está perdendo dignidade colocada na casa 8, e este planeta está dignificado unicamente por face (há versões que consideram Vênus como regente diurno dos signos de Água, mas Lilly usava Marte tanto para dia, como noite).

Resultado: Brasil ganhou de 4 a 1.

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