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O ATENTADO QUE MATOU BENAZIR BHUTTO
Sangue no Paquistão
O assassinato de Benazir Bhutto lança luz mais
uma vez sobre as contradições e desigualdades do Paquistão
e seus vizinhos, numa região do mundo marcada pelo ciclo Saturno-Plutão.
Benazir,
a filha de Marte
Benazir Bhutto, a ex-primeira ministra do Paquistão,
morta violentamente na manhã de 27 de dezembro de 2007, embora
fosse alguém de formação diplomática e inquestionável
idealismo político, era sobretudo uma guerreira. Seu Sol em Gêmeos,
em toda sua eloqüência e capacidade difusora, veio ao mundo
acompanhado de Marte, o ardente símbolo da ação e
da auto-afirmação, pronto para enfrentar temerariamente
os riscos. Primeira mulher a governar um país muçulmano,
Bhutto tem a marca do pioneirismo, liderança e impulsividade típicos
de uma conjunção Marte-Sol. Apesar de manter uma proposta
de coesão e boas relações com o Ocidente, a tendência
a enfrentar e a se dispor ao combate ideológico ou à defesa
aguerrida dos modelos que defendia é bastante clara pelo modo como
incomodava as posturas violentamente androcêntricas da sociedade
paquistanesa e das demais ideologias radicais com as quais lidava. Tratava-se
de uma mulher com posturas que, em culturas como as de seu país
e de alguns países vizinhos, teriam sido consideradas cabíveis
exclusivamente a homens. Benazir provava em todo momento que a coisa não
era exatamente assim.
Seu horário de nascimento é bastante controverso,
o que nos leva, por enquanto, ao uso de uma carta solar, situando o Sol
como a cúspide da primeira casa num sistema de casas iguais. Nesse
modelo as casas derivadas do Sol mantêm o simbolismo atribuído
às casas astrológicas calculadas normalmente.

Benazir Bhutto, carta solar - 21.6.1953, horário
não conhecido
Karachi, Paquistão - 067e03, 24n52
Embora esta forma de aproximação não
possua a mesma precisão do mapa com horário, é suficiente
para entendermos vários processos em jogo e para traçar
algumas comparações entre o mapa da líder e o do
Paquistão, conforme veremos adiante. De qualquer modo, acredito
que seu Ascendente pode situar-se em Sagitário ou Capricórnio.
Sagitário, haja vista seu rosto alongado, bastante freqüente
em ênfases sagitarianas no mapa, bem como sua tendência a
procurar um diálogo intercultural e internacionalizante. O dispositor,
Júpiter, estaria, nesse caso, entre a sexta e a sétima casa,
coisa que em ambos os casos acentuaria a predisposição às
jornadas, política externa, questões ligadas à mediação
entre crenças coletivas, religiosas ou não, e a política
vigente. O mesmo Júpiter, regente do mapa, portanto, estaria conjunto
a Aldebaran. Esta estrela reafirma o caráter guerreiro e, até
certo ponto, "encrenqueiro" que já existe no mapa da
líder paquistanesa. "Encrenqueiro", no sentido de não
temer fazer o papel de provocador e possuir grande atração
pelo debate (Gêmeos) com as forças às quais se opunha.
Aldebaran, ali, sendo Júpiter o dispositor do Ascendente ou não,
é um ponto de grande interesse na leitura do mapa de Bhutto. Por
outro lado um Ascendente Capricórnio, situado mais ou menos entre
5 e 9 graus, estaria sobre a estrela Facies, a mesma que estava no Meio
do Céu de John Lennon. Facies tanto pode ser o alvejador quanto
o alvejado. É outra estrela que estaria de acordo com o modo direto
e capaz de ferir ânimos alheios com o qual Bhutto se manifestava
em seus discursos.

Morte de Benazir Bhutto - 27.12.2007,
11h39 (+05:00)
Rawalpindi, Paquistão - 073e04, 33n36
Especulações à parte, com o mapa solar
os trânsitos se ajustam bem ao trágico ocorrido. Marte retrógrado
está oposto a Plutão também em trânsito. Ambos
tocam o Sol de Benazir Bhutto pela configuração. Seu Marte
radical também é ativado por esses aspectos.

Trânsitos do momento da morte sobre
a carta solar de Benazir Bhutto
Bhutto transforma-se em mártir (Netuno), justamente
durante uma oposição geracional de Netuno em trânsito
com o Plutão radical de 1953. Essa oposição, em casos
como os de Bhutto, que se manteve por um bom tempo em situação
de risco, costuma resultar em problemas graves à saúde,
possivelmente apresentando algum tipo de sangramento interno ou externo.
Este pode originar-se de ferimentos tanto quanto de úlceras que
se rompem ou um AVC, obviamente sempre em casos onde há essa propensão
pelo histórico individual. É, contudo, um momento no qual
freqüentemente as situações que envolvem risco de morte
podem ser vividas pessoalmente ou por via do contato com a morte no cotidiano,
de modo que mexa com o estado de ânimo individual. O atentado pode
corresponder também à sua aspectação. Esta,
por sua vez, corresponde certamente ao nível de representatividade
que a líder paquistanesa tinha perante grupos sociais oprimidos
(Netuno) e políticas econômicas (Plutão), bem como
o fato de parecer representar a ascensão de minorias (Netuno).
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Zulficar Ali Bhutto, pai de Benazir, foi deposto
em 1977 e enforcado em 1979, acusado de corrupção. |
Como assim, "minorias", se na verdade ela pertencia
a uma família de latifundiários e representava uma elite
política que muitos classificam como uma espécie de dinastia
feudal? Estamos falando, evidentemente, de uma construção
midiática e de uma reiteração de padrões narrativos
comuns às matrizes culturais do Ocidente, não exatamente
dos modelos típicos da região. Estamos diante, mais uma
vez, da figura do "salvador" (Netuno) e da "vítima"
(Netuno), além da "princesa" ou "rainha" que
retorna para tirar seu povo da opressão, mas que seria morta injustamente
(Netuno) pelas forças do caos (Netuno) e do terror ou submundo
(Plutão oposto ao Sol de Bhutto). O problema é que essa
imagem que nós aqui no Ocidente enxergamos com estranha facilidade
desconsidera o fato de que Benazir, apesar de todas suas prováveis
qualidades, fazia parte dessa elite econômica e territorial que
vem se mantendo no poder desde a criação dos dois Estados
- leia-se Índia e o próprio Paquistão.
Saturno-Plutão
e as desigualdades de quatro países
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