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TÉCNICA ASTROLÓGICA

Princípios de Astrocartografia

Raul V. Martinez

 

Parans

Os locais geográficos onde as linhas meridianas e as linhas dos horizontes terrestres se cortam são denominados "parans" - a rigor, esses pontos são os "parans iniciais" dos astros envolvidos.

Na maioria dos casos, os parans são determinados por linhas de naturezas diferentes - uma meridiana e outra de horizontes terrestres -, mas também podem ser determinados pelo cruzamento apenas de linhas de horizontes terrestres. Neste caso, os astros que determinam essas linhas na Terra, estão, no Espaço, no plano do horizonte do paran que determinaram. Ou seja, no local do paran, esses astros estão nascendo juntos. As linhas meridianas, quando coincidentes, indicam que no Espaço seus astros estão culminando juntos, nesse mesmo meridiano.

Por sua vez, um paran determinado por duas linhas de naturezas diferentes (uma meridiana e outra de horizontes terrestres), ocorre quando no Espaço um dos astros dessas linhas está no horizonte do local do paran e o outro no meridiano que passa pelo paran.

Ainda, um paran é determinado por mais de duas linhas astrocartográficas quando essas linhas se cruzam em mesmo ponto.

  A palavra "paran" vem do grego "paranatello", que significa "levantar-se próximo" - (Do Diccionario Griego-Español, de Florêncio I. Sebastián Yarza (página 1030), Editorial Ramón Sopena, Barcelona, 1964).

Em seus parans, os astros (ou os pontos da esfera celeste) que os determinam, atuam como se estivessem nos respectivos "ângulos" - favorecendo a exteriorização ou a concretização de fatos indicados por eles na figura astrológica.

Conceito de Paran, de forma ampla

A condição de astros poderem estar ao mesmo tempo em ângulos de uma carta astrológica é o que fundamenta o conceito de paran. Em ACG, não apenas o cruzamento de linhas indica um paran, mas também são considerados parans dos astros dessas linhas todo local da superfície terrestre que admita esses astros concomitantemente angulares - dentro de intervalo de tempo que contém o horário da carta inicial.

Esses locais possuem necessariamente a latitude geográfica de seus parans iniciais, pois durante o movimento de rotação da Terra, no intervalo de tempo, somente os lugares com essas latitudes mantêm em seus horizontes e meridianos as posições relativas dos astros que determinaram o paran inicial. Ou seja, os parans de dois astros não se limitam aos cruzamentos de suas linhas astrocartográficas, mas se estendem aos círculos paralelos com as latitudes desses cruzamentos. Com isso, a palavra "paran", com muita propriedade, pode também ser associada a "paralelo terrestre". Aqui também a orbe é de dois graus.

No traçado das linhas de parans sempre é considerado o intervalo de tempo igual a 24 horas - uma volta do movimento diurno da Terra. Para a Lua, devido sua maior translação no dia, esse intervalo deveria ser considerado menor, mas usualmente, é mantido o mesmo, de 24 horas.

As "linhas de parans" constituem o terceiro tipo de linha da ACG.

Linhas do Espaço Local, ou Linhas Azimutais

- As linhas do espaço local, ou linhas azimutais, fundamentam outra forma de técnica astrocartográfica. Essas linhas podem ser consideradas separadamente ou juntas com as da ACG.

O sistema de coordenadas astronômicas chamado de horizontal local tem por plano fundamental o horizonte do lugar e por eixo principal a vertical do lugar. Uma dessas coordenadas é o azimute e a outra é a distância zenital, ou seu complemento, a altura. A direção do astro, projetada ortogonalmente sobre o horizonte local, fornece seu azimute. Sobre esse horizonte, o azimute é o ângulo que essa projeção forma com o semiplano de origem na vertical do lugar e que contem (normalmente) o ponto Sul.

Essa projeção da direção do astro também está sobre um círculo máximo da esfera celeste, que gera na superfície da Terra sua linha do espaço local, ou linha azimutal. Nos lugares por onde passa essa linha, de forma semelhante ao que ocorre com as linhas meridiana e dos horizontes, o astro ganha força em sua natureza básica e nos significados que possui na figura astrológica. A orbe, angular, das linhas azimutais é de dois graus.

As linhas azimutais também são traçadas sobre mapas - que podem ser do globo terrestre, de paises, de estados, de municípios, de parte de cidades e de até áreas restritas, como a planta de residência, de local de trabalho ou mesmo de aposento, em uma espécie de "feng shui" astrológico.

Eis um mapa do atentado de 11 de março, em Madrid, com representação das linhas do Espaço Local, ou Horizonte Local, naquele momento. A partir do ponto em que ocorreu o atentado, são traçadas linhas planetárias que correm em todas as direções. Todas as regiões sob o trajeto de determinada linha passam a ter, no contexto daquele mapa, o sentido do planeta correspondente. Observe que a linha de Mercúrio (indicada em amarelo) parte de Madri para cruzar o Iraque. Mercúrio, no mapa do atentado, rege a casa 7 - dos inimigos abertos. Segundo comunicação atribuída a lideranças terroristas, o atentado era um aviso (Mercúrio) para que as tropas espanholas deixassem o Iraque. (Nota de Constelar)

A Astrogeografia e a rosa dos ventos

 

Atalhos de Constelar 71 - maio/2004

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