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ASTROLOGIA E LITERATURA

O Código Da Vinci, um best-seller de Plutão

Fernando Fernandes

O Código Da Vinci vendeu mais de 60 milhões de cópias e foi traduzido para 44 línguas. Combinando os gêneros de novela policial, suspense, ficção de fundo histórico e teorias conspiratórias, transformou-se no sexto livro mais vendido de todos os tempos. Este artigo analisa as causas do sucesso nos mapas do autor, Dan Brown, e do próprio lançamento do best-seller, em março de 2003.

Dan Brown, autor de O Código Da Vinci e outros best-sellers, nasceu em Exeter, New Hampshire, em 22 de junho de 1964. Diversas hipóteses sobre o horário circulam no meio astrológico, sendo que uma das mais interessantes foi proposta pelo astrólogo sérvio Nikola Stojanovic, que tomou os hábitos de trabalho do escritor americano como ponto de partida para um detalhado trabalho de retificação. Stojanovic destaca o fato de que Dan Brown acorda muito cedo - sempre no meio da madrugada - e escreve intensamente a partir das 4h da manhã, quando sua criatividade está no auge. Foi isso, somado às fotos de divulgação aprovadas pelo escritor, nas quais ele normalmente aparece com as mãos escondidas, que levou o astrólogo a trabalhar com a hipótese de um Ascendente em Gêmeos com Mercúrio na casa 12. Como se sabe, Mercúrio rege as mãos e também o ato de escrever. A casa 12 rege o sonho, a inconsciência e tudo aquilo que não pode ser visto. Assim, esconder as mãos na foto e escrever num horário em que a maioria das pessoas ainda está tomada pelo sono são para Stojanovic argumentos palpáveis em favor de um Mercúrio na casa 12 regendo o Ascendente.

Dan Brown - 22.6.1964, 5h EDT (-04:00) - Exeter, New Hampshire, 42n58, 70w56.
O horário foi retificado pelo astrólogo sérvio Nikola Stojanovic.

Mesmo sem levar muito a sério as casas, o que impressiona desde o primeiro momento na carta de Dan Brown é a presença de uma Grande Quadratura onde Saturno, Lua e Marte aspectam a notável conjunção Urano-Plutão de 1964-1965, ponto de partida de um ciclo de longo alcance que marcou um momento especialmente turbulento na história contemporânea. Muitos dos valores virginianos - ordem social, pudor sexual, racionalidade do modelo produtivo, discriminação (Virgem é o signo que separa, segrega e mantém cada coisa em seu devido lugar) foram vigorosamente sacudidos e virados pelo avesso durante a passagem de Urano e Plutão por este signo. Os anos 60 foram o momento da liberação sexual (é quando a pílula entra em cena), do questionamento do modelo produtivo (movimento hippie, revoltas estudantis) e também da luta contra a discriminação racial e social, bastando lembrar as figuras de Martin Luther King e Malcoln X. Pois esta turbulenta conjunção aparece no mapa de Dan Brown fortemente ativada por fazer parte de uma configuração tensa, da qual tomam parte dois planetas pessoais, a Lua e Marte.

O Código Da Vinci é uma monumental invencionice contada com uma técnica de tirar o fôlego: o autor tem ênfase em Gêmeos, signo da escrita e também da arte de iludir com as palavras. Ao levantar a fantasiosa possibilidade de que Jesus Cristo possa ter sido um homem casado e com descendentes, e ao atribuir à Igreja Católica um papel de destaque no mascaramento desse segredo, Dan Brown explora com maestria o interesse do público em teorias conspiratórias e a desconfiança inata que as pessoas comuns têm com relação a instituições pouco transparentes (caso da Opus Dei, que desempenha um papel importante no livro). Tudo isso tem a ver com a oposição Plutão-Saturno, que coloca em questão, literalmente, a possibilidade de conspirações (Plutão) pelo controle do poder (Saturno) ou o risco da destruição radical (Plutão) de estruturas estáveis (Saturno).

Dan Brown bem poderia ter sido um político radical, ou um simpatizante de causas revolucionárias - especialmente se lembrarmos que em seu mapa a energia agressiva de Marte e o espírito rebelde de Urano estão conectados a Plutão e Saturno. Contudo, Brown conseguiu canalizar tudo isso para a literatura e, mais especificamente, para o romance de ação vertiginosa, capaz de lançar mão de todos os artifícios da ficção para criar romances que prendem a atenção do leitor até a última linha. Acrescente-se que o mapa do escritor também contém uma oposição Marte e Lua no eixo Gêmeos-Sagitário, configuração adequada para alguém que gosta de usar as palavras para cutucar os valores morais da opinião pública em questões ideológicas e religiosas. Muita gente ficou furiosa com O Código Da Vinci, o que só contribuiu, aliás, para tornar o livro ainda mais popular.

Para levantar o mapa desse best-seller, tomamos por base um artigo publicado na edição de 27 de janeiro de 2003 de Publishers Weekly. O artigo faz uma entusiasmada resenha do novo livro e anuncia seu lançamento para 18 de março de 2003 (em Nova Iorque, ao que tudo indica). Na falta de horário preciso, levantamos uma carta solar com o objetivo de tentar entender que configurações poderiam explicar um sucesso tão estrondoso.

Lançamento do livro O Código Da Vinci - 18.3.2003, sem horário
(utilizou-se o das 12h, para a cidade de Nova Iorque). A carta é apresentada
com o zodíaco-padrão, sem indicação de casas.

Para início de conversa, há uma quatratura T (três planetas que formam entre si duas quadraturas e uma oposição) envolvendo Mercúrio-Sol em Peixes. Plutão aparece em oposição a Saturno, repetindo a configuração da carta natal de Dan Brown. Tanto o escritor quanto sua obra vibram no mesmo diapasão de demolição de estruturas estáveis. É o mesmo aspecto difícil que estava nos céus quando do atentado ao World Trade Center, em 2001. A diferença é que, enquanto os terroristas da Al-Khaeda utilizaram aviões desgovernados, Dan Brown deixou todo o mundo cristão em polvorosa simplesmente colocando em dúvida os mais solenes dogmas em que se baseia a estrutura de fé do Catolicismo.

Outro aspecto de grande importância nesta carta é a oposição Júpiter-Netuno. Júpiter, significador natural de fé e de religiões organizadas, está no nobre e grandiloqüente signo de Leão, oposto a Netuno, um planeta que tem tudo a ver com fantasia e delírio. A trama de O Código Da Vinci se desenvolve em grande estilo, a começar pelo cenário imponente do museu do Louvre e pelos capítulos que têm lugar em vetustas catedrais e até mesmo nos aposentos papais. Mais Júpiter em Leão, impossível. E aqui observa-se mais uma vez o efeito de ressonância com a carta natal do escritor: Dan Brown também tem, em seu mapa de nascimento, uma oposição Júpiter-Netuno!

O toque netuniano do lançamento do livro é reforçado pela presença do Sol em Peixes, oposto à Lua. É a rica imaginação pisciana encontrando eco na opinião pública (Lua Cheia).

O texto de O Código Da Vinci já é, em si mesmo, um roteiro cinematográfico pronto para ser filmado. Por que então o filme lançado em 19 de maio de 2006 não alcançou o sucesso estrondoso do livro? Simplesmente pela falta de ressonância entre o mapa do lançamento do filme e os outros dois já analisados, assim como pela ausência de trânsitos que pudessem indicar uma forte vinculação entre o momento atual e a temática da obra, exceto por um fator: o Plutão do filme faz quadratura ao Sol do lançamento do livro, mostrando que a problemática de Plutão em Sagitário - trazer à tona o "lado podre" das religiões organizadas - continua em evidência.

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