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Um olhar brasileiro em Astrologia
 Edição 92 :: Fevereiro/2006 :: -

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ASTROLOGIA E PSICANÁLISE

Sujeito e Destino

Luiz Roberto Delvaux de Matos

Astrologia e psicanálise têm em comum o uso do mito como elemento constitutivo da base de seus respectivos discursos.

Astrologia e psicanálise são duas formas de teorizar o sujeito que se desenvolveram de maneiras distintas. Entretanto, as duas tiveram como base de sua interlocução os mitos. A astrologia é por essência mitológica, tendo em vista que foi constituída através da tradição oral dos povos. A psicanálise encontrou em seu fundador - Sigmund Freud - o homem que soube perseverar, na escuta de um inconsciente que revolucionaria o conceito de sujeito.

Se o mito do Édipo-Rei forneceu à concepção freudiana a base de sua metapsicologia, os diversos mitos existentes auxiliaram a astrologia na interpretação dos mapas individuais. Os conceitos metapsicológicos do mundo Real, Imaginário e Simbólico apoiaram Jacques Lacan - outro importante psicanalista - na sua busca por desvendar o aparelho psíquico. Esses conceitos podem e devem ser aplicados no estudo e análise astrológica de um mapa, entendendo-se a carta natal como um direcionamento na vida do sujeito, enquanto o trabalho clínico psicanalítico permite estudar e auxiliar o sujeito sobre a forma - o sentido - na qual está entendendo este norteamento (subjetivação).

Assim, podemos dividir o mapa natal em três outros círculos, que indicam a existência e a ex-sistência de nossa interioridade. Nesse sentido, as duas teorias se complementam / suplementam, permitindo um entendimento maior de nossos caminhos, enquanto sujeitos.

Para Freud (1911), "o Real se determinará, em um primeiro tempo, tendo a noção de fantasia incorporada como substituto da satisfação pulsional - a realidade se definirá como a vertente externa da frustração." (Dicionário Enciclopédico de Psicanálise: o legado de Freud e Lacan. Editado por Pierre Kaufmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996.)

Dessa forma, toda e qualquer passagem de um planeta ou luminar pela casa 12 (ver esquema abaixo) de um mapa astrológico, remete o sujeito a esse estado de frustração, ao lidar com a realidade - objeto do "gozo do outro". Lacan evidencia que o ego da criança, sobretudo em virtude da pré-maturação biológica, constitui-se a partir da imagem de seu semelhante, construindo o mundo imaginário. A partir do "estádio do espelho", há uma identificação parcial na qual sucedem-se as fantasias da imagem fragmentada do corpo, definida no interior dos três sistemas citados - Real, Imaginário e Simbólico - em que se acasalam sujeito e objeto.



Na oitava casa (ver esquema acima), ocorre a castração simbólica de um objeto imaginário, remetendo o sujeito a uma emasculação do falo absoluto do pai onipotente. Em um mapa astrológico ocorre esta castração simbólica, transformando o sujeito através de seus relacionamentos, alternando presença / ausência do ser amado. O mundo Simbólico designa a ordem dos fenômenos estruturados como linguagem. É o termo utilizado para designar a lei que funda esta ordem. Lacan criou a expressão "pai simbólico" ou "Nome-do-Pai" para designar uma instância que não se reduz ao pai real ou imaginário e que promulga a lei.

Na astrologia, os fundamentos da quarta casa (ver esquema) remetem a um estado de "privação" a qualquer planeta ou luminar que ali se evidencie, destinando o sujeito a um sentimento de incompletude correspondente ao gozo fálico - um alívio incompleto da tensão inconsciente.

Através deste artigo, procuramos conceituar e interligar, de forma breve, o possível aproveitamento de duas teorias, esperando com isso que um debate possa ser aberto - de forma mais clara e sem preconceitos - em prol de uma melhor compreensão do ser humano.

Saiba mais sobre Luiz Roberto Delvaux de Matos.



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