Paulo Duboc

O nascimento e a paixão de Cristo são temas recorrentes na arte ocidental. Acima, detalhe do Cristo de El Greco.

Dezembro é o mês tradicionalmente associado ao nascimento de Cristo. Mas teria sido ele realmente um capricorniano? A partir de uma perspectiva que leva em conta os ciclos precessionais, a exegese de tradições iniciáticas e dados históricos, o autor levanta a hipótese de uma data exata para o nascimento de Cristo e apresenta seu mapa astrológico para 1° de março do ano 7 a.C.

Existe um tema atual no ar: a Era de Aquário. No entanto, ninguém sabe quando começou ou quando vai começar. Todas as questões ligadas a ciclos são difíceis, mesmo porque os ciclos são da esfera astronômica, isto é, têm relacão com estrelas, precessão de equinócios e movimentos cósmicos. Por certo, há que existir uma relação estreita entre a Era de Peixes, que ora se finda, e a grande personalidade desse ciclo de 2.160 anos, que foi Jesus Cristo. Ninguém sabe também quando nasceu o Cristo, hora, dia, mês e ano. Pelo menos, não pesquisou com o devido cuidado, sobretudo na área da Astrologia.

Afinal, onde estamos hoje? Na era de Aquário, ou ainda não terminamos a era de Peixes? E se porventura estivermos mesmo entrando na era de Aquário, não poderíamos ligar a televisão e depararmos com um novo Cristo anunciando uma nova mensagem per omnia Saecula saeculorum, como fez o Cristo há 2.16O anos, no Oriente Médio? Para analisarmos a questão, vamos levantar algumas questões e verificar como podem ser respondidas:

Porque o estudo dos ciclos planetários, que deveria ser realizado cientificamente, por ser astronômico e histórico, não o é. Assim, torna-se metafísico, cabalístico, astrológico, psico-simbólico e, necessariamente, religioso. Como não existe o acoplamento das ciências com a religião e paraciências, o tema permanece "insólito". Por conseguinte, a temática relaciona o Zodíaco, o Cristo e a Precessão dos Equinócios. O relacionamento, dessa forma, faz compreender com clareza a chegada da Era de Aquário.

A Precessão dos Equinócios é o nome que se dá ao movimento de rotação da Terra que, como um pião, gira sobre si mesma enquanto seu eixo desloca-se traçando um círculo no espaço. Se a direção do eixo terrestre muda, o mesmo acontece com o plano equatorial em relação à eclíptica. A precessão dos equinócios tem relação com a progressiva mudança do ponto de contato entre o plano equatorial e a eclíptica, que se dá no sentido contrário ao da ordem natural dos signos. Em função disso, todas as estrelas efetuam, em relaçao à Terra, uma volta completa no céu em 25.920 anos, o chamado Grande Ano de Platão. E o que acontece, então? Simplesmente, tudo começa de novo.

Platão associou este ciclo ao da respiração humana que ocorre num dia, na base de 18 respirações por minuto, quando tudo está normal. Ou seja, em 24 horas teremos o número de 25.920 respirações. É significativo, do ponto de vista biológico e astrofísico. Quem duvidar, que faça a conta. Mas, no nível de reflexão histórica, os ciclos precessionais podem abrir perspectivas, certezas, previsibilidades. Grandes homens estudaram esse fenômeno e trouxeram novas perspectivas para a compreensão da história humana: Ptolomeu, na antigüidade, Pierre Abano e Nostradamus na Idade Média, Isaac Newton, no século XVII, A. Rosenberg nos tempos modernos.

Segundo alguns especialistas, a data de 5 de fevereiro de 1962 teria sido o marco inicial da Era de Aquário. Esse data tem a ver com o nascimento de Cristo, cerca de 2.160 anos antes? À direita: adoração dos reis magos, na versão do espanhol Maitre de Viella (século XV).

Sim, uma relação absolutamente astronômica, metafísica, astrofísica e astrológica. Analisemos o mapa calculado para o dia 5 de fevereiro de 1962, que marca um momento singular, com sete planetas, aqui incluídos o Sol e a Lua, no Signo de Aquário. Como o fato tem ocorrência repetitiva a cada 2.160 anos, em determinado ponto da Era de Peixes teria acontecido o nascimento do Avatar chamado Cristo ou Kristós. Essa data passa a ser um parâmetro para avaliar ciclos.

Nessa pesquisa tal ponto é fundamental, pois há muita sombra sobre o nascimento do Cristo e o começo da Era de Peixes. O grande dado sobre o Cristo se assentava num dogma indiscutível pela religião católica, o da ocorrência do nascimento à meia-noite do dia 25 de dezembro. Nunca nenhuma religião, ciência ou credo afirmou a data certa do nascimento, o dia e a hora. Apenas existem dogmas. Mas o fato é que Cristo deveria ter sido um Avatar, da mesma forma como foram Buda, Krishna e outros tantos. Portanto, o nosso indicador centrado em 5 de fevereiro de 1962 definia um código de valores que astronomicamente só teria outro correspondente há 2.160 anos atrás, em Peixes. Afinal, o astrólogo é um expoente da Técnica, e tem que ser preciso.

Embora ainda não haja uma conclusão definitiva, a suposição tem por base evidências astrológicas, além de considerarmos a pesquisa em campos doutrinários, teológicos, teosóficos e metafisicos. E tem um ponto de partida bastante claro, que analisaremos a seguir.

A morte de Cristo

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