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EM CIMA DOS FATOS

Ciclone em Santa Catarina...
A culpa é de George Bush

Fernando Fernandes

 

Nossos livros escolares de Geografia estavam errados. Aprendemos que o Brasil não estava sujeito a desastres naturais e agora temos de mudar rapidamente nossos conceitos.

Os meteorologistas ainda discutem se foi um ciclone extratropical ou um furacão de nível 1. A verdade é que o Catarina, como foi batizado o fenômeno que assolou as costas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul na madrugada de 28 de março de 2004, foi algo absolutamente novo para o Hemisfério Sul. Foram mil casas destruídas e outras 34 mil casas danificadas, com prejúízos estimados em mais de um bilhão de reais.

Haveria algum significador astrológico capaz de explicar o fenômeno? No que diz respeito especificamente a Santa Catarina, a resposta é sim. A região foi integrada à civilização ocidental em janeiro de 1504, quando de sua descoberta por Binot de Gonneville (veja matéria nesta edição). O mapa daquela ocasião vale, pois, como uma carta natal. E o que ele mostra é uma oposição Urano-Lua que está sendo atualmente ativada pelo trânsito de Urano em Peixes em oposição a Júpiter em Virgem. Esta configuração fecha quadraturas com Plutão do mapa de 1504 e com Marte do dia do vendaval. O resultado é uma Grande Quadratura, configuração muito tensa por envolver três planetas relacionados a processos rápidos e violentos (Marte, Urano e Plutão), um amplificador natural (Júpiter) e um gatilho de ocorrências envolvendo massas humanas (Lua). Além disso, Saturno ativa a tripla conjunção em Câncer do mapa de 1504.

Planetas no círculo interno: chegada dos europeus a Santa Catarina (5.1.1504, S. Francisco do Sul, horário desconhecido); no círculo externo: ciclone sobre o sul de Santa Catarina (28.3.2004, Criciúma, 1h da madrugada).

Urano em Peixes é uma combinação que guarda analogia direta com furacões e ciclones. É, literalmente, a imagem de uma ventania (Urano) que sopra do mar (Peixes). A mera entrada de Urano em Peixes já poderia fazer supor uma necessidade de atenção maior para fenômenos de origem oceânica, ou envolvendo regiões litorâneas. Como o mapa de Santa Catarina responde ao trânsito, foi ali, e não em outra parte, que o processo se deu com maior violência.

Outra correlação possível é entre o ciclone e a divulgação da descoberta do planetóide Sedna. Ao escolherem o nome do novo corpo celeste, os astrônomos projetaram nos céus o mito de uma deusa do Ártico cujos mitos se referem de maneira explícita aos desequilíbrios do ecossistema oceânico. É como se a coletividade sentisse a necessidade de encontrar uma expressão simbólica para um novo perigo em escala mundial, o da destruição pelas águas. Tal perigo, cada vez mais ameaçador, é conseqüência direta do aquecimento global, que pode elevar o nível dos oceanos e afetar o clima de forma drástica - como, aliás, já vem ocorrendo.

A recusa dos Estados Unidos em reduzir suas emissões de poluentes, assim como o boicote do governo Bush ao Protocolo de Kioto, fazem da potência do norte uma co-responsável por todos os desastres ambientais que venhamos a assistir daqui em diante. Não seria exagero dizer que, no que se refere aos estragos do ciclone Catarina, a culpa é de George Bush e de todos os seus antecessores. Por uma estranha coincidência, e considerando o estudo que apresentamos neste edição, Santa Catarina tem significadores astrológicos semelhantes aos dos Estados Unidos, incluindo a ênfase canceriana e jupiteriana. Saturno transita hoje tanto sobre o Júpiter de Santa Catarina quanto da independência americana. É como se Saturno indicasse a necessidade de reduzir o ritmo do crescimento desordenado e perdulário, que Júpiter simboliza.

Além do mais, Santa Catarina é a região brasileira mais conectada culturalmente com os Açores, arquipélago de Portugal que desempenhou papel de grande importância em momentos-chave da história. Um deles foi a assinatura da Bula Inter Coetera, em 1493, que dividiu terras e mares entre espanhóis e portugueses. A bula (um decreto do Papa), que foi substituída no ano seguinte pelo Tratado de Tordesilhas, usava o Arquipélago dos Açores como referência para a linha divisória da área de influência das grandes potências da época.

Considerando que 2004 é ano bissexto e que fevereiro teve um dia a mais, a data do anúncio de Sedna corresponde ao retorno do Sol a sua posição em 16 de março de 2003. Foi nessa data, pouco antes da Guerra do Iraque e apenas seis dias depois da entrada de Urano em Peixes, que americanos, ingleses, espanhóis e portugueses promoveram uma reunião de cúpula no Arquipélago dos Açores, em pleno Oceano Atlântico. Ali ganhou forma o acordo entre os quatro países ocidentais que resultou na invasão de Bagdá, em 20 de março. É claro que a escolha do local se deu por motivos de segurança, e não pelas coincidências históricas. Mas o fato é que se estabeleceu um vínculo simbólico entre dois eventos marcantes do ciclo de hegemonia dos povos do Ocidente na geopolítica global.

Estaríamos delirando ao relacionar Santa Catarina, Guerra do Iraque e Bula Inter Coetera? Sim, caso o objetivo fosse estabelecer uma relação de causa e efeito. Mas o que queremos destacar é a existência de uma relação por analogia, mesmo que não haja qualquer nexo causal. E o que as analogias dizem é que as regiões ou países com ênfase canceriana podem estar em evidência durante o trânsito de Saturno em Câncer em função de processos que restrinjam o crescimento, eliminem o excesso de riqueza ou chamem a atenção para o desrespeito aos ciclos naturais. Já aconteceu com Santa Catarina e pode acontecer com Estados Unidos, Holanda etc. Da mesma forma, enquanto Urano estiver em Peixes, os vendavais (no sentido literal ou figurado) virão de regiões ou de coletividades piscianas: o oceano, as áreas litorâneas banhadas por mar aberto, as camadas marginalizadas da sociedade, os grupos de orientação mística e também os países e regiões que melhor correspondem a características de Peixes, como Portugal e a cidade do Rio de Janeiro.

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