ASTROLOGIA MUNDIAL E GRANDES CICLOS

Monsanto, o veneno multinacional

Fernando Fernandes

 
A multinacional Monsanto é o Plutão que faltava em nossos pesadelos. Ela inventou as sementes estéreis e um veneno chamado aspartame. Sem falar nos pesticidas...

O uso dos organismos geneticamente modificados já se tornara comum nos Estados Unidos, Austrália, Canadá, China e Argentina. Nesses países, mais de 50% da produção agrícola já estão comprometidos. O Brasil vinha sendo um dos poucos grandes produtores agrícolas que ainda resistiam às sementes transgênicas. Contudo, o quadro mudou, e a Monsanto, quarta maior companhia do mundo no setor químico, tem parte importante nisso. Está na hora de conhecer melhor - em todos os sentidos - essa multinacional de múltiplos tentáculos.

A Monsanto associou-se em 1999 com outro gigante do setor, a Pharmacia-Upjohn, e também vem trabalhando em parceria com a Ciba-Geiger, Hoechst e Novartis, constituindo um grande cartel de indústrias químicas, farmacêuticas, de agrotóxicos e de trangênicos. O objetivo é a formação de um monopólio global, em parte já implementado, na transgenia.

A Monsanto desenvolveu a semente Terminator, cujo DNA foi alterado para que não haja possibilidade de reprodução das espécies cultivadas. Assim, as novas sementes de vegetais originários de plantios com a Terminator são estéreis, o que obriga o produtor a renovar a compra a cada nova semeadura. O resultado é o aumento da produtividade no curto prazo, vantagem anulada pela redução do produtor à total dependência da Monsanto no longo prazo.

Uma vez por mês, médicos, farmacêuticos, químicos e outros profissionais se reúnem numa clínica da Zona Sul do Rio de Janeiro para participar das reuniões científicas promovidas pelo Dr. Hélion Póvoa. Em setembro de 2003 a palestrante convidada foi a Dra. Edna Maria Morais Oliveira, engenheira química com doutorado em Bioquímica e pesquisadora da EMBRAPA, atuando nas áreas de Biossegurança, Biologia Molecular de Microrganismos, Detecção de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e Segurança Alimentar. Como não podia deixar de ser, as discussões abrangeram o risco dos transgênicos e o papel da gigante multinacional interessada em sua disseminação.

Afirma a Dra. Edna que 80% das pesquisas mundiais na área farmacológica e alimentícia são financiados pela Monsanto. A Europa está tentando fazer a reversão dos campos cultivados com espécies geneticamente modificadas. Contudo, na França, por exemplo, 41% das plantações já estão contaminados com o pólen dos transgênicos. Isso significa que o homem está perdendo o controle sobre a difusão dos vegetais geneticamente modificados. Mesmo plantações aparentemente puras já têm a presença de plantas alteradas. O argumento a favor dos transgênicos seria a maior resistência aos insetos, aos herbicidas e a vírus, mas não existe nenhuma melhora na qualidade nutricional.

Cabe observar que a transgenia sempre se deu de maneira espontânea na natureza. Contudo, era uma ocorrência rara. A biotecnologia é uma apropriação, em larga escala, desse processo.

A sacarina já era produzida pela Monsanto em 1920.

A bactéria tem uma estrutura chamada plasmídio que interage com outros DNAs. Quando se ingere a soja alterada, esse plasmídio continua ativo, podendo interagir com a flora microbiota (bactérias, fungos, vírus etc.) do organismo do homem ou do animal que faça uso dela. O problema é que não existe, nos meios de pesquisa acadêmica, nenhuma certeza sobre o que ocorrerá a longo prazo com os organismos submetidos à ação dos plasmídeos.

O resultado é uma intervenção de largo alcance na natureza, afetando não apenas espécies vegetais como tudo que interage com elas: o solo e seus microorganismos, o homem, os ruminantes, como bovinos e ovinos, os insetos e roedores que se alimentam de vegetais e assim por diante. Trata-se de um novo tipo de poluição - a chamada poluição genética e erosão genética - de conseqüências imprevisíveis e de controle quase impossível com a tecnologia hoje existente.

A prática é absolutamente irresponsábel e motivada apenas pela lógica econômica - reduzir custos de produção e aumentar as safras.

O argumento de que os transgênicos eliminarão a fome no mundo é falacioso, até porque não existe problema de produção insuficiente de alimentos, e sim de má distribuição, o que se explica parcialmente pelas desigualdades de renda e, de outro lado, pelo desperdício no transporte, estoques e não aproveitamento de nutrientes em decorrência de hábitos alimentares incorretos. Um bom exemplo é o desperdício das folhas da beterraba, que normalmente são jogadas fora quando poderiam proporcionar uma salada altamente nutritiva.

Aspartame: "Tá dominado. Tá tudo dominado."

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O risco dos organismos geneticamente modificados

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