Revista Constelar Revista Constelar

 

 

 
 
 
ASTROLOGIA COLETIVA

Marte cresce, a paz desaparece

Fernando Fernandes

 

O que pode acontecer?

Naturalmente, a proximidade de Marte em relação à Terra e sua conjunção com Urano podem ser interpretadas como fatores de deflagração ou aceleração de crises envolvendo tudo que está na outra ponta do alinhamento: Sol, Júpiter, Vênus e Regulus na fronteira Leão/Virgem.

Quatro eventos, em especial, parecem preencher os requisitos que os credenciam como primeiras expressões da original configuração. Vamos a eles:

- A inédita onda de calor na Europa, com temperaturas na faixa de quarenta graus na França e outros países de clima normalmente temperado. Excesso de calor é uma das associações mais imediatas que se pode fazer com um Marte no periélio (Marte rege o calor) em conjunção com Urano (o inusitado) e oposição a Júpiter (um efeito amplificador).

Nova Iorque às escuras: manifestação de Urano-Marte em Peixes.

- Apagão em Nova Iorque e região dos Grandes Lagos em 14 de agosto - Tanto Marte quanto Urano são significadores de energia: Urano é significador de eletricidade, enquanto Marte rege especificamente as termelétricas. Novamente Júpiter contribui ampliando a magnitude do quadro (Júpiter-Urano - um apagão em grande escala).

- A escalada de violência entre judeus e palestinos, com nova onda de atentados e a represália israelense, consubstanciada na morte do líder do grupo Hamas, em 20 de agosto.

- Atentado contra as instalações da ONU em Bagdá, provocando 23 mortes, entre as quais a do chefe da missão, o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello.

Tanto os conflitos na Palestina quanto os atentados no Iraque colocam em questão a disputa pelo controle de territórios (um assunto Marte-Júpiter) e a tentativa de preservação de uma autoridade legítima (Júpiter/Sol/Regulus em Leão) em contraposição ao caos. É evidente que no momento não há acordo sequer sobre o que significa "autoridade legítima", sendo este, exatamente, um dos focos da discórdia. Nada mais de acordo, aliás, com a natureza da oposição Júpiter-Urano.

Após o ingresso de Júpiter em Virgem, em todos os mapas para 27 de agosto Mercúrio é o dispositor final da carta, considerando regências clássicas. Isto faz lembrar o papel de destaque que Mercúrio teve nos mapas do ataque ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, e na origem do movimento fundamentalista Talibã, no Afeganistão. Mercúrio estará, aliás, transitando sobre o Meio-Céu da carta da Independência dos Estados Unidos. A oposição no eixo Virgem-Peixes coloca em evidência a temática da discriminação social, racial, linguística e religiosa. De um lado, as forças do establishment (Júpiter e Sol) tentarão preservar o status quo mediante ações excludentes, que promovam distinções seletivas entre a população. Do outro, grupos rebeldes tentarão sabotar tais ações, em nome de projetos sociais, políticos ou religiosos de caráter utópico, messiânico ou revolucionário. Assim, pode-se pensar, por exemplo, em Israel restringindo ainda mais a entrada no país de trabalhadores palestinos e gerando, em represália, mais revolta entre os grupos islâmicos radicais. No Iraque, grupos islâmicos das mais variadas tendências podem formar uma frente de oposição à ocupação americana, intensificando a resistência e trazendo ainda mais dificuldades para as tropas de Bush e de Tony Blair.

Já no Brasil, parece ocorrer uma inversão determinada pela estrutura de casas do mapa da Independência: Júpiter, normalmente um significador da autoridade constituída, transita pela casa 7 - a dos opositores do regime - dando força e gás (Júpiter rege gases junto com Netuno!) aos movimentos sociais, como o dos sem-terra. Na medida em que Marte rege a casa 3 do Brasil, pode-se aventar a hipótese de que as vias de transporte e comunicação - especialmente as rodovias federais e ferrovias - sejam palco de conflitos, inclusive com risco de intensificação de bloqueios temporários, como já ocorreu em junho e julho de 2003 em estradas nordestinas e gaúchas. Marte e Urano opostos a Júpiter em Virgem falam também da possibilidade de incêndios no campo - no sentido literal ou figurado.

Sérgio Vieira de Mello

Nascido no Rio de Janeiro em 15 de março de 1948, em horário ainda não apurado, Sérgio Vieira de Mello era um dos melhores quadros da diplomacia brasileira, cotado, inclusive, para suceder Koffi Annan como próximo Secretário-Geral da ONU. Sua morte em 19 de agosto de 2003, em decorrência da explosão de um carro-bomba posicionado exatamente sob a janela do escritório em que o diplomata trabalhava, em Bagdá, representou um duro golpe para as Nações Unidas.

Sérgio Vieira de Mello, carta solar para as 12h de 15.03.1948 - Rio de Janeiro. O horário exato não é conhecido. Observar a quadratura T (destacada em vermelho-claro) entre Sol, Urano e Júpiter.

Sérgio Vieira de Mello nasceu sob uma quadratura T cujo ápice é o Sol em Peixes formando quadraturas com Urano em Gêmeos e Júpiter em Sagitário. A configuração indica necessidade de movimento e trocas periódicas de ambiente (são signos mutáveis), assim como o gosto pela aventura e pelo risco (Júpiter e Urano tensionados). Contudo, Lua e Vênus bem posicionadas em Touro contrabalançam a instabilidade dos signos mutáveis e, pela quadratura com Plutão, Saturno e Marte em Leão, mostram um homem obstinado e disposto a ir às últimas conseqüências (ênfase em signos fixos e envolvimento de planetas pessoais com Plutão e Saturno, que conferem rigidez e inflexibilidade).

O interesse pela carreira diplomática pode ser explicado pelo fato de que os dois regentes de Peixes, signo solar, estão em Libra (Netuno) e Sagitário (Júpiter), exatamente os dois signos mais intimamente ligados aos acordos internacionais e aos negócios exteriores.

Carta interna: atentado a bomba contra o QG da ONU em Bagdá - 19.8.2003, 16h30, hora oficial de Bagdá. Planetas no círculo externo: carta natal de Sérgio Vieira de Mello, morto no atentado. Observar que Plutão do atentado ativa Sol e Urano da carta de Sérgio.

Por ocasião do atentado em Bagdá, Vieira de Mello tinha Plutão em trânsito ativando toda sua quadratura T. Um fato notável é que o mapa do diplomata apresenta ênfase em Peixes e Leão, dois signos fortemente envolvidos nas configurações do dia 22 de agosto, que analisamos neste artigo. Além disso, Vieira de Mello tem na carta natal a mesma oposição Júpiter-Urano que se observa nos céus no momento de sua morte, apenas em signos diferentes. É um mapa em ressonância, pois, com a própria carta do atentado.

Enfim, a invasão dos marcianos
O Coração do Leão não quer a vingança

Previsões sobre Júpiter, Saturno e Urano no mapa do Brasil:

2003/2004: o Brasil de agosto a agosto

Leia outros artigos de Fernando Fernandes.


Anterior | Próxima | Sumário desta edição | Índices

© 1998-2004 Terra do Juremá Comunicação Ltda.