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PREVISÕES 2003

Cão feroz em NY e Bungula sobre Brasília

Carlos Hollanda

 

Brasil, Mostra a Tua Cara!

Cazuza tinha razão na letra de sua música:

Grande pátria desimportante
Em nenhum instante eu vou te trair
Não, não, não vou te trair

Brasil, mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim

Brasil, qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim!

Era mais ou menos assim que o povo se sentia, especialmente nos anos 80 e 90. A letra mostra ao mesmo tempo um sentimento "vira-latas", como se o país estivesse jogado de lado, mas subjacente à condição secundária que parecia estarmos vivendo, ardia uma chama ariana (como o Sol de Cazuza). Essa chama oculta estava louca para exibir sua face, dar a cara a tapa, mesmo que doesse. Haveríamos de revidar, não com fúria descontrolada, mas com consciência ou, mais do que isso, autoconsciência, forjada no sofrimento e na exclusão econômico-social da massa. Alguma coisa estava por vir.

Esse processo de formação de uma consciência, de valorização de si mesmo num indivíduo que se posiciona à frente, mesmo com riscos, tem um reflexo um tanto curioso no momento que vivemos neste final de ano. Na Revolução ou Retorno Solar do Brasil para o dia 7 de setembro de 2002 temos três fatores muito fortes concentrados na casa 1 do país, a casa da identidade, da aparência, das posturas iniciais e dos impactos causados no ambiente. Trata-se de Sol, Lua e ninguém menos do que o ardente Marte cravado como uma espada flamejante no Ascendente. Inclua-se aqui a Parte da Fortuna reforçando o sentido de que a reiteração da identidade promove satisfação e mobilização social.

Revolução solar calculada para a carta da Independência do Brasil: 7.9.2002, 5h38m01s - São Paulo, SP - 23s32, 46w37.

A casa 1, em se tratando de um país, reflete o modo como não só a população, mas como os próprios representantes da sociedade se apresentam. Não é de todo estranho o fato de o PT, Partido dos Trabalhadores, ter a cor vermelha em seu estandarte. Esta é a cor de Marte, que cobriu o país de norte a sul com a eleição de Lula. Antes mesmo das eleições a maioria das capitais mostravam certa "tendência ao vermelho", na exibição ostensiva das bandeiras do partido que seria vencedor.

Marte na casa 1 e em Virgem também aponta para a representação da sociedade realizada por alguém ou um grupo cujo histórico e comportamento tem marcadas características marciais[1] . De fato, Lula, um ex-metalúrgico, passou a ser a cara do Brasil, uma representação da grande maioria da população com histórico semelhante de dificuldades e luta por um lugar ao sol. A própria imagem de ex-metalúrgico sugere uma representação do planeta Marte, que rege os metais. É ele quem está à frente (e estar à frente é função do Ascendente) e quem aparece primeiro, quem comanda. O signo de Virgem é representativo da classe trabalhadora, do proletariado.

Mas engana-se quem pensa que o país adotará uma política belicista ou excessivamente agressiva. A grande ênfase na casa 1 é um assumir a própria independência, uma tomada de consciência da coletividade em torno da necessidade de agir por conta própria, doa a quem doer, assumir uma liderança e ser competitiva. No entanto tanto o Ascendente quanto Sol, Lua e Marte estão no signo de Virgem, que é regido por Mercúrio. Este, por sua vez, encontra-se em Libra, signo dos acordos, da diplomacia, do diálogo visando ao estabelecimento, como já vimos ao falarmos sobre a oposição, de limites justos entre duas partes potencialmente conflitantes. "Eu não atrapalho você e você não me atrapalha. Mas se você pisar no meu calo, eu piso no seu duas vezes!", diria alguém com configuração semelhante. Afinal de contas, mesmo diplomático, Marte defende seu espaço e seu ponto de vista com veemência.

O Sol e Saturno, representantes do governo e da administração central, têm como planeta dispositor o mesmo Mercúrio posicionado em Libra, o que leva a crer num governo capaz de dialogar hábil e claramente com quaisquer potências estrangeiras, parceiros em desenvolvimento ou novos contatos comerciais. Mercúrio e Vênus, o dispositor final deste mapa, estão em excelente estado cósmico e promovem muito mais agregação do que rompimentos.

O Grande Trígono envolvendo Saturno na casa 10, Urano na casa 6 e Mercúrio passando da casa 1 para a casa 2, representa o forte apoio popular, especialmente da classe trabalhadora nas indústrias, ao governo. Já a quadratura envolvendo a conjunção Sol-Lua e Plutão angular na casa 4 marca uma possibilidade de alterações profundas na base das relações sociais e uma possibilidade ainda mais forte de reestruturação das políticas relacionadas à posse da terra. O imediato movimento de "guerra contra a fome" (eis uma combinação dos significados de Marte, Lua e Virgem) pode fazer parte de um esforço pelo uso otimizado de terras improdutivas e de sistemas de produção de alimentos. Lua e Virgem são representativos de nutrição, sendo Virgem também associado ao sistema de saúde pública.

A casa 1 de uma entidade coletiva também representa o modo como ela vê a si mesma, tal qual se interpreta no caso de um indivíduo. Não surpreende o fato de Lula, com um discurso emocional e com seu apelo às realidades cotidianas, ter cativado 50 milhões de eleitores. Era com isso que eles se identificavam. Surpreende menos ainda saber que surgisse no povo uma postura no estilo de Marte, mais altiva e desafiadora, ao mesmo tempo em que um candidato com a Lua conjunta a Marte e com o Sol em Escorpião estava à frente nas pesquisas. Carl Gustv Jung não se surpreenderia com tal sincronicidade e os físicos que adotam a teoria do universo holográfico deixariam escapar um sorriso maroto ao verem tamanha simultaneidade.

Parece exagero fazer tanta referência ao simbolismo da casa 1, mas a maturidade eleitoral construída a duras penas, enfrentando ditaduras e pressões econômicas internacionais contrárias a um maior esclarecimento popular, tem um paralelo com a idéia de criação de um novo país. O Brasil que estamos vendo agora surge como que renascido, recém-chegado num mundo conflituoso tão bem representado pela quadratura com Plutão, que mostra um ambiente de grande tensão política entre potências internacionais. Isso é reiterado pela oposição entre Júpiter e Netuno, mostrando o caos em que se encontram as relações de poder dos blocos hegemônicos. As oposições entre todos os planetas do mapa no Arco Solar são a reiteração do aspecto mais consciente do brasileiro visto nas configurações do Retorno Solar.

[1] Nota: Ver relação entre o planeta Marte e a estrela do PT, no artigo "O Simbolismo da Estrela de Cinco Pontas", de autoria de Carlos Hollanda, em Astro-Síntese - http://www.astrosintese.hpg.com.br.

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Introdução
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