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ASTROLOGIA COMPORTAMENTAL

Plutão em Sagitário e a agorafobia

Angela Schnoor

 

O que fazer com o material

O formato e as dimensões do vidro delimitam um espaço que se torna o continente para as expressões do inconsciente, oferecendo ao mesmo tempo liberdade e limites. As dimensões são estabelecidas pelas medidas do retângulo 3x4 ou do Retângulo Áureo - 1 x 1,618 - que representa a relação perfeita entre o Céu (3=Espírito) e a Terra (4 = Matéria).

As cores são, simbolicamente, a expressão dos sentimentos e afetos, assim como a água, que também se relaciona com a fusão e a fluidez. Deste modo, a pessoa ensaia neste exercício o "seu lidar" com os sentimentos e emoções, aprendendo a fluir dentro de um continente de segurança.

Após ouvir o que a pessoa traz para a sessão, coloque-a numa condição de relaxamento e, se for do seu agrado, faça tocar música neutra e calma.

Faça com que se sente em frente ao material disposto sobre uma mesa (exceto o varal e grampos). Diga-lhe para escolher as cores que deseja combinar e com as quais sente maior afinidade no momento.

Uma vez escolhidas, um pouco de cada cor deverá ser colocado sobre o vidro, nos lugares do mesmo em que a pessoa desejar.

Oriente-a para que use um conta-gotas ou os pincéis para levar água aos bocados de tinta até diluí-los, a fim de que as cores se misturem e se interpenetrem. Quanto mais água, mais claras e diluídas se tornam as manchas coloridas. Não deve restar sobre o vidro nenhuma tinta densa.

Peça para que o cliente não pense muito, procurando fazer seus borrões mantendo a tinta molhada sobre o vidro. Diga para que ele procure estar consciente dos sentimentos mais pregnantes que surgem enquanto espalha as cores sobre o vidro.

Uma vez concluídas as manchas, instruir para que pegue uma folha de papel e coloque-a por cima do vidro, prensando delicadamente o papel para que absorva as cores, imprimindo o desenho.

Retire o papel em seguida para que a tinta não venha a secar, evitando que o papel fique colado ao vidro e pendure no varal ou coloque num lugar próprio para secar.
Caso ainda haja tinta no vidro e a pessoa queira continuar, poderá colocar mais água para aproveitar novas imagens da mesma mancha, assim como colocar também mais tinta e fazer nova impressão.

Terminada esta fase do trabalho é importante que o material seja lavado e limpo com água e papel. Esta parte do ritual (virginiana) torna-se muito importante nestes casos e antecede o processo de análise que se segue.

Enquanto a pessoa executa seu trabalho, o terapeuta senta silenciosamente a um canto e só responde caso seja solicitado, procurando não interferir nas dúvidas ou dificuldades assim como no resultado, apenas observando as reações e o comportamento geral do cliente.

Uma vez secas, as monotipias são numeradas e datadas e voltam para a mesa de trabalho, onde, com a caneta preta, o cliente vai procurar todas as imagens que identificar nas manchas feitas. Girando o desenho em todas as direções, cada vez que encontrar uma imagem (que pode ser parcial, total, micro ou macro) deverá contorná-la nitidamente com a caneta e nomeá-la, escrevendo ao lado dela aquilo que representa.

É interessante que as verbalizações e os sentimentos experimentados durante o processo sejam anotadas pelo terapeuta.

Esta atividade dá forma à energia difusa que assombrava a pessoa no limiar dos contornos do Ego. E em seu conjunto esclarece os conteúdos presentes no inconsciente. Considero-a como um instrumento da Imaginação Ativa criada por Jung.

Ao acompanhar os trabalhos do cliente juntamente com os trânsitos e progressões, aprendemos muito. Para o cliente, na maioria das vezes, o próprio desenrolar do processo é terapêutico, catártico muitas vezes, e se houver interpretação ela deverá ser feita no final de um conjunto de trabalhos, quando o processo de transformação (e os aspectos astrológicos) tiver sido concluído, com exceção para aqueles momentos mágicos quando o insight do cliente traz o numinoso para o set terapêutico.

Observação: devido ao objetivo terapêutico presente neste exercício, seria aconselhável a sua utilização por astrólogos/psicoterapeutas ou arteterapeutas. Aos terapeutas, recomendaria a assessoria de um astrólogo, assim como recomendaria o acompanhamento de um psicólogo aos que se dedicam somente à astrologia e que desejam experimentar este recurso. Esta sugestão surge apenas de um maior cuidado com o melhor aproveitamento dos dois enfoques, visto que, segundo o pensamento de Jung, a psique é constituída da interação entre consciente e inconsciente e é um sistema auto-regulado. O impulso em direção à realização e à totalidade (Self) sugere que, assim como o corpo, a psique tem, sob circunstâncias adequadas, a tendência de curar a si própria.

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