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ASTROLOGIA COMPORTAMENTAL

Plutão em Sagitário e a agorafobia

Angela Schnoor

 

Plutão e as festas rave

É interessante notar que, a geração que vivenciou Plutão no signo de Virgem, de meados de 1957 até parte de 1972, está sob o aspecto tenso da quadratura de Plutão até 2008. Tensão que exacerba, como é o feitio das pulsões inconscientes, as questões relacionadas ao trabalho diário e aos assuntos ligados à saúde, numa reformuladora despedida aos conceitos de grandeza espaçosa de um Centauro preso à sua parte animal. É interessante notar que a formiga (inseto simbolicamente associado à Virgem) vive por três dias apenas e passa todo seu tempo em constante movimento, sem dormir, a mesma dinâmica presente na festas rave.

Penso que estamos numa crise existencial na busca do significado perdido para uma vida medíocre e materialista. Nesta busca, alguns saem à público e, compulsivamente, negam seus medos enquanto outros se voltam para dentro, em viagens internas, ou compelidos pelo medo do lá fora.

Seja na tentativa de esconder-se ou de projetar suas faces mascaradas fora de si mesmos, num mundo bem propício a receber esta projeção, é que aparecem muitos casos de isolamento, expressos pelo medo de sair à rua, estar com pessoas e ficar exposto.

O ser que entra em contato com as profundezas que até então desconhecia, vê-se como uma ferida que se abriu e mostra partes deterioradas. Está frágil, vulnerável e ainda desconhece sua nova face. Este se isola, mas busca alguma forma de reconhecer-se, tratar esta ferida e aguardar que cicatrize.

Mas, há outro tipo de comportamento, o do indivíduo que nega seus instintos, que projeta para fora de si os monstros que o possuem. Este pode exilar-se em seus porões sombrios e ver no ambiente que o cerca os perigos que traz consigo. E, desde a passagem de Plutão por Escorpião, que as forças dos demônios sufocados iniciaram seu caminho para fora.

A sociedade está sendo obrigada a encarar as desigualdades pelas quais é responsável.

Encontramos a cada dia, tanto nos homens como nas crianças das ruas, assim como nas elites e nas instituições, personagens nos quais torna-se fácil depositar nossos receios e espelhar mazelas. Como num baile de horrores, não se tem garantias, pode-se encontrar uma anjo sob uma máscara de Drácula ou um mostro na face de um belo jovem. A máscara tornou-se o esconderijo do medo. O instinto destruidor e reconstrutor tem o sorriso na face, e pode estar vestindo o manto do sacerdote, a beca do magistrado ou do professor.

Agravados tornam-se os sintomas daqueles que estão também "invadidos" em suas certezas e controles do ego, os que estão em momentos de abertura da consciência sob trânsitos de Urano e Netuno em Aquário. Nestes casos, é bom que se entenda a mensagem dos ciclos humanos: aproveitem a experiência jupiteriana e reforcem suas autoproteções interiores verdadeiras, para que Júpiter em Leão os encontre plenos de vida e criatividade. Mas, acima de tudo, partilhem suas experiências, abram suas mentes, conversem, troquem, façam seu mundo mais amplo através do senso de união fraterna que torna o "sair lá fora" uma experiência de encontro, e não de medo.

Que nas "ágoras", nas praças, nos espaços abertos não haja medo e os homens sejam vistos como iguais e possam tornar-se amigos e solidários. Que o reinado de Plutão em Sagitário traga habitantes plenos de vida e esperança ao mundo interior de cada um, e não seja apenas o mundo dos mortos.

Clareando sombras: um auxílio em momentos difusos e confusos (netunianos)

Quando recebemos um cliente que está sob um importante ciclo de Netuno, quase sempre nos deparamos com indivíduos confusos, sem rumo, assolados por medos inexplicáveis, com grande dificuldade para entender, verbalizar e comunicar aquilo que sentem, o que fantasiam, e muitas vezes o que percebem, vagamente, através dos sentidos.

Principalmente quando os aspectos de Netuno em trânsito atingem o Sol, Mercúrio natal, a Lua, o Ascendente (e os ângulos), ou quando o Netuno natal passa, por exemplo, a ser conscientizado através de um trânsito de Plutão, ou ainda, quando as situações "netunianas" acontecem pelas progressões, este instrumento torna-se indicado.

Muitas vezes a depressão e o medo de "ficar louco" podem ocorrer, além de que a fuga através do sono pode tornar a pessoa improdutiva e, muitas vezes, angustiada com este fato.

Sabemos, tanto pela astrologia quanto pela psicologia, que estes momentos podem ser extremamente ricos para a personalidade, tornando-se fonte de criatividade e inspiração. Transformações netunianas são meios de ampliação do estreito campo onde atua a nossa Ego identidade, possibilitando o acesso ao reino do Simbólico e do Mítico.

Se conseguirmos que o indivíduo coloque para "fora", materializando através de recursos não-verbais o seu Mundo Interior, ele conseguirá visualizar suas fantasias e seus fantasmas, tornando pequenos e nomeáveis os monstros que aí estiverem habitando.

Como a grande maioria das pessoas não se sente habilitada para as expressões artísticas, sejam plásticas, pictóricas ou musicais, resolvi utilizar um instrumento vago, aleatório, imponderável e no qual o necessário é deixar fluir, sem ameaças de "afogamento", já que Netuno tem relação com os mares e oceanos e com os estados de consciência causados pelos transes e êxtases, pelo álcool, sono, anestesia, hipnose e situações afins. Nesta experiência não há acertos nem erros, quanto mais livre e sem controle for a disposição da pessoa, melhor.

A técnica básica utilizada é a da monotipia. Para isso precisamos dos seguintes materiais:

· Uma placa de vidro com as beiradas polidas, com espessura de meio a um centímetro e com medidas que mantenham a proporção de 3x4, ou seja, pode ter trinta por quarenta centímetros ou quarenta e cinco por sessenta, caso você disponha de uma mesa maior para apoio.
· Tubos de tinta acrílica de várias cores.
· Pincéis de espessuras variadas.
· Copos ou recipientes para água.
· Conta-gotas ou canudo plástico para sucção da água.
· Papel branco cortado no tamanho do vidro.
· Caneta esferográfica preta.
· Rolo de papel para limpeza dos pincéis.
· Espaço próprio ou varal com grampos para pendurar os papéis para secar.

O que fazer com o material


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