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ASTROLOGIA EMPRESARIAL
O mapa da vocação

Carlos Hollanda
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A Vocação e o Preconceito

Como tantas vezes já aconteceu e ainda acontece, uma forma de classificação e rotulação pode segregar pessoas e impedir o livre acesso a benefícios sociais. Assim foi com a Antropologia Física em seus primórdios, que era usada (mal usada) para justificar a superioridade de uma raça ou de um povo sobre outro. Hoje os antropólogos sabem que um argumento baseado nas diferenças raciais ou culturais não revela a superioridade ou inferioridade humana. Ao contrário, os antropólogos contemporâneos promovem um movimento de conscientização sobre os problemas causados pelo preconceito e etnocentrismo.

Etnocentrismo é o equivalente coletivo do que é o egocentrismo para o indivíduo. É a tendência a considerar as categorias, normas e valores da própria sociedade ou cultura como parâmetro aplicável a todas as demais. Isso faz com que tudo o que se diferencia da cultura etnocêntrica seja considerado como inferior, bárbaro, ridículo, absurdo etc. É como dizermos, aqui no Brasil, que os ingleses são muito chatos, rígidos demais e, na Inglaterra, os brasileiros serem tidos como indisciplinados e desrespeitosos. Nem é preciso ir tão longe. Paulistanos são etnocêntricos em relação aos cariocas quando os julgam "abusados, "sem caráter" e "folgados". Cariocas são etnocêntricos com os paulistanos quando os julgam "bitolados" "provincianos" e "otários". Isso é rotular, generalizar e segregar. É desconsiderar a capacidade de adaptação humana e a possibilidade de podermos estar exagerando em nossa percepção.

Tomando emprestado o o modo de pensar das ciências humanas reconhecidas atualmente, é imperativo entender que o astrólogo não é juiz. Astrologia não foi feita para julgar outros seres humanos. Quem julga outros seres humanos são eles próprios. Assim como não se pode condenar a eletricidade por alguém ter sido eletrocutado, não se pode culpar a Astrologia porque os seres humanos a utilizam sem consciência. Ela é apenas um conjunto de técnicas. Se for bem usado e, acima de tudo, bem aprendido, os resultados podem ser dos mais promissores.

Há alguns anos escrevi um artigo sobre preconceitos e o uso da Astrologia, intitulado Alimentando Preconceitos. Nele falei sobre uma hipótese que na época ainda poderia ser considerada um pouco absurda, mas que hoje está cada vez mais próxima de tornar-se realidade: imaginemos um departamento de recrutamento e seleção que use Astrologia como apoio para empregar candidatos. Começamos com o primeiro problema: a esmagadora maioria das pessoas não vai procurar emprego com o horário de nascimento na cabeça. Isso, por si só já seria um empecilho para o praticante de Astrologia que não conhece técnicas de interpretação específicas do chamado "Mapa Solar", muito útil para quem não dispõe do horário. Em seguida entra o esclarecimento do praticante. Se ele detém um conhecimento parcial de Astrologia e, pior ainda, uma visão preconceituosa de signos, fatalmente quem tem ênfase em Áries jamais será aceito num cargo de atendimento a clientes. Arianos "agem antes de pensar", "são grosseiros", "egoístas", "só pensam em si", "não suportam perder" etc. Isso é o que a visão preconceituosa e segregacionista verá em primeira mão. Para o atendimento ao cliente isso é incompatível.

Há vários perfis astrológicos adequados ao atendimento de público. Se iniciativa for uma qualidade exigida, podemos pensar em mapas com ênfase em Áries ou Marte.

A perspectiva acima mostra-se absurda na prática, pois do contrário o curso de inglês Oxford, no Rio de Janeiro, no maior de seus estabelecimentos, no Largo do Machado, não poderia ter o número de alunos que tem. A secretaria é composta por 90% de pessoas com ênfase em Áries, e por ênfase entenda-se o Sol, a Lua, o Ascendente, vários planetas neste signo ou todos estes atributos juntos. Como explicar um trabalho de atendimento tão bem feito por pessoas que teoricamente seriam por demais individualistas? A resposta está justamente aí. A empresa precisa de atendentes que tenham um mínimo de independência e que não esperem tanto que se lhes ordene que algo seja feito. A responsabilidade de cada tarefa é individual. Apesar disso, lembrando novamente que o ser humano é uma mescla de fatores, é lógico que no mapa de cada uma daquelas pessoas veremos Vênus e Mercúrio em posição privilegiada.

O que quero deixar bem claro é que não é apenas uma ênfase astrológica que define o procedimento normal de uma pessoa. Todo o restante do mapa, com o devido esforço, pode ser trazido à tona. Se assim não fosse, Nelson Piquet, que hoje administra suas empresas, não poderia ser mais do que um administrador de empresas. No entanto ele é um dos tricampeões mundiais de Fórmula 1. A mescla de seus fatores mostra uma combinação fortíssima entre Marte e Saturno, entre força e resistência, entre desejo de vitória e capacidade de realizar esforços prolongados. Ele pode agir assim com suas empresas hoje e, por isso, ser tão bem-sucedido quanto o foi nas pistas.

Imaginem um anúncio de jornal assim:

Empresa do ramo metalúrgico procura executivos corajosos, hábeis, independentes, sem medo de riscos e com muito senso de autoridade para ocuparem cargos de confiança. Preferência para quem é de Leão com Ascendente em Áries. Não aceitamos currículos de librianos, cancerianos, taurinos, virginianos e muito menos de piscianos!

É por essas e outras que a melhor alternativa é fazer um estudo bastante aprofundado. Uma formação adequada em Astrologia somada à extensão em Astrologia Vocacional pode oferecer o instrumental para tanto.

Os ganhos por sorteio e os profissionais da "felicidade financeira"


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