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             A cabeça acima do 
              coração 
            Foi de um filósofo com ênfase uraniana, 
              o iluminista Voltaire, a famosa frase: "Não concordo 
              com nada do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito 
              de dizê-lo". Voltaire, nascido em Paris no dia 21.11.1694, 
              tinha Urano em oposição a Marte e Vênus, além 
              de uma provável Lua em Aquário. 
            Os signos de Ar colocam a cabeça acima do 
              coração. Pensam antes de falar, recusam a emoção 
              cega e conseguem manter sempre uma certa impessoalidade, mesmo em 
              situações de conflito. Quem se lembra de ter visto 
              Ulysses louco de raiva na TV, uma vez que seja? De um leonino, como 
              Collor, podiam-se esperar reações tipicamente emocionais, 
              de orgulho ferido ou de afirmação egocêntrica. 
              De um escorpiano, como Lula, pode-se aguardar a reação 
              intensa, cheia de emoção concentrada. Mas não 
              de um produto da combinação Libra/Aquário, 
              para quem é fundamental jamais perder a cabeça. 
            
               
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            Mas o mapa de Ulysses tem outras surpresas: o Ascendente 
              é Touro, signo da Terra, indicador de concentração 
              e estabilidade, assim como de disposição construtiva, 
              voltada para realizações de longo prazo. Quem tem 
              ascendente Touro, tem um toque de pedreiro: constrói devagar, 
              a partir de uma base sólida, com preocupação 
              de fazer bem feito. Quando decide fixar-se em alguma coisa, dificilmente 
              alguém ou algo poderá tirá-lo de lá. 
              Em oposição ao Ascendente, encontramos o planeta Marte 
              em Escorpião, no finzinho da sexta casa. Marte é o 
              símbolo de guerreiro, e está plenamente à vontade 
              nesse signo resistente, combativo e dotado da capacidade de renascer 
              das próprias cinzas. 
            Ulysses era um guerreiro duro, capaz de enfrentar 
              condições adversas com grande tranqüilidade (Marte 
              em Escorpião) e durante longos períodos (Ascendente 
              em Touro). Se não fosse por isso, não teria a coragem 
              suficiente para manter sua anticandidatura à presidência 
              em 1973, sem qualquer chance de vitória, peregrinando pelo 
              país e pregando mudanças exatamente no momento de 
              maior cerceamento dos direitos políticos, no governo Médici. 
              Não teria também levado até o fim a campanha 
              eleitoral de 1989, abandonado pelo seu próprio partido, que 
              não enxergava nele qualquer chance de vitória. 
            A Lua em conjunção com Urano (um planeta 
              que eletriza tudo o que toca), Marte em oposição ao 
              Ascendente (aspecto que enfatiza a combatividade) e o trígono 
              entre Júpiter em Áries e Vênus em Leão, 
              que expressa otimismo e autoconfiança, são a chave 
              para a compreensão do entusiasmo e da disposição 
              juvenil desse homem que chegou aos setenta e seis anos em plena 
              atividade. Não fosse por estas configurações, 
              Ulysses teria sido apenas um teórico, um reformador de gabinete, 
              como são muitas pessoas com excesso de elemento Ar em seus 
              mapas, não compensado por outros aspectos mais dinâmicos. 
              Por outro lado, não fosse a presença dos planetas 
              básicos para a definição do modelo de personalidade, 
              ou seja, Sol e Lua em signos de Ar, talvez a configuração 
              Touro/Escorpião funcionasse no sentido da obstinação 
              cega, da combatividade capaz de chegar à violência. 
            A morte no mar 
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