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             Como você imagina o Padre Anchieta, fundador 
              de São Paulo? Errou quem imaginou um homem místico 
              e contemplativo. Apesar de fisicamente frágil, Anchieta era 
              um homem de ação. Mais do que isso, era um ariano 
              vocacionado para atos de pioneirismo. 
            O Padre José de Anchieta nasceu a 19 de março 
              de 1534, em São Cristóvão da Laguna, principal 
              cidade da ilha Tenerife e capital das Canárias. As ilhas 
              pertenciam à Espanha. Contudo, como Anchieta tinha ascendência 
              judaica (o avô materno era um "cristão novo", 
              ou judeu convertido), é provável que seus pais tenham 
              achado mais seguro mandá-lo estudar em Portugal, onde havia 
              mais tolerância religiosa. O fato é que Anchieta matriculou-se 
              na Universidade de Coimbra e, em 1551, sentindo o chamado da vida 
              religiosa, entrou para a Companhia de Jesus. Apesar de seriamente 
              doente - sofria, provavelmente, de tuberculose óssea - embarcou 
              para o Brasil na mesma expedição que trouxe o segundo 
              governador-geral, Duarte da Costa. De Salvador foi para a capitania 
              de São Vicente, onde chegou na véspera de Natal para 
              reunir-se ao grupo de jesuítas liderado pelo Padre Manoel 
              da Nóbrega. 
            Exatamente um mês depois, em 25 de janeiro 
              de 1554, o frágil padre das ilhas Canárias era co-responsável 
              pela fundação de um colégio jesuítico 
              no planalto além da muralha da Serra do Mar, entre o rio 
              Tamanduateí e o riacho Anhangabaú. Este colégio 
              deu origem à terceira maior cidade do mundo, e Anchieta foi 
              o responsável por sua "certidão de nascimento" 
              - as cartas que relataram todas as peripécias da viagem e 
              da instalação do núcleo. E tinha apenas dezenove 
              anos! 
            A missão de Anchieta era a catequese dos colonos 
              e especialmente dos índios. Mesmo sendo pressionado a ensinar 
              latim aos nativos, Anchieta achava mais sensato aprender a língua 
              deles e adaptar o evangelho para os dialetos locais. Para realizar 
              com mais perfeição a tarefa, elaborou a primeira gramática 
              da língua tupi e escreveu diversas peças teatrais 
              bilíngues - em tupi e em português - de forma a ser 
              compreendido tanto pelos silvícolas quanto pelos colonos. 
              Tornou-se, em conseqüência, o primeiro linguista, o primeiro 
              dramaturgo e o primeiro pedagogo da Terra de Santa Cruz. Como se 
              não bastasse, foi ainda poeta, enfermeiro, carpinteiro, horticultor, 
              um faz-tudo, enfim, além de promover curas que seus contemporâneos 
              davam como miraculosas. Provavelmente seria possível definir 
              Anchieta como um paranormal - um médium de cura, em linguagem 
              moderna.  
            Viajante incansável, após fundar São 
              Paulo Anchieta foi testemunha ocular da fundação do 
              Rio de Janeiro e viajou todo o litoral entre São Vicente 
              e o norte do Espírito Santo, sempre numa vida de total dedicação 
              às atividades catequéticas. Morreu em Reritiba, no 
              Espírito Santo, em 9 de junho de 1597. Ali existe hoje o 
              balneário capixaba de Anchieta. 
            Observando o mapa do "Apóstolo do Brasil", 
              vemos Sol e Netuno conjuntos no início de Áries e 
              em quadratura com Marte em Câncer. Esta configuração, 
              diga-se de passagem, é a que melhor explica o que sabemos 
              sobre este homem, somada ao fato de que sua Lua está em Gêmeos. 
             
            Naturalmente, não se sabe a que horas nasceu. 
              Para traçar uma carta especulativa de Anchieta, nada melhor 
              que compará-la com a do Descobrimento, já que foi 
              no Brasil que sua vocação religiosa encontrou a plena 
              realização.  
            Tomamos como ponto de partida algumas hipóteses: 
            - deve haver algum forte ponto de contato entre os 
              ângulos ou planetas pessoais de Anchieta e o Ascendente do 
              Brasil, ou seu regentes; 
            - da mesma forma, e dado que Anchieta avulta como 
              uma das figuras mais significativas da educação básica 
              e da catequese no Brasil colonial, é de esperar que fatores 
              da carta do padre ativem o eixo 3-9 do mapa do Descobrimento; 
            - outrossim, é preciso que o próprio 
              mapa de Anchieta revele sua vocação de padre-educador, 
              de poeta e dramaturgo e de viajante de longas distâncias; 
              - é necessário também que a carta do Apóstolo 
              do Brasil revele seus crônicos problemas de saúde (era 
              corcunda e, provavelmente, vítima de tuberculose óssea); 
            - pode-se pensar, finalmente, em alguma conexão 
              entre a carta de Anchieta e das duas duas maiores cidades brasileiras, 
              Rio e São Paulo, tendo em vista sua presença na fundação 
              de ambas. 
            Uma hipótese alternativa é que a carta 
              de Anchieta esteja em conexão com a da Primeira Missa, que 
              marca o primeiro ato oficial da Igreja Católica no país. 
              Contudo, Anchieta não é apenas uma figura exponencial 
              da história da Igreja, mas do país como um todo, por 
              sua importância na formulação de um modelo de 
              abordagem da cultura nativa que permaneceu como um paradigma durante 
              todo o período colonial. Neste sentido, o horário 
              que parece-nos mais adequado é aquele por volta de 23h30, 
              hora local de Tenerife, já que o mapa daí resultante 
              atende a todos os requisitos que estabelecemos para a investigação. 
            
               
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                | Padre José de Anchieta, carta especulativa 
                  - 19.3.1534, 23h30 LMT (horário especulativo) - São 
                  Cristóvão da Laguna, Tenerife - Espanha - 28n27, 
                  16w14. | 
               
             
            Nesta carta especulativa, o Ascendente está 
              em Sagitário, signo dos viajantes, andarilhos e sacerdotes. 
              Júpiter, regente do Ascendente, aparece na casa 2 em Capricórnio, 
              signo que rege os ossos. Seu dispositor, Saturno, está em 
              exílio (uma posição de fragilidade) em conjunção 
              com Urano. Parece, no conjunto, um mapa compatível com a 
              aparência física do padre, cuja acentuada corcunda 
              obrigava-o a andar curvado (Saturno rege a estrutura óssea), 
              se bem que tal deformidade não o tenha impedido de percorrer 
              incansavelmente o litoral do Brasil e as escarpas da Serra do Mar. 
              Esta característica está evidenciada por Júpiter, 
              regente do Ascendente, em Capricórnio e em conjunção 
              com Plutão - uma grande energia, apesar da fragilidade, e 
              também um aspecto significador da autoridade moral com que 
              Anchieta se impôs a nativos e colonos. 
            A sinastria de Anchieta com 
              o mapa do Brasil Colonial e com São Paulo 
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