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O IMPACTO DA ENTRADA DE URANO EM PEIXES

O retorno de Urano ao signo de Peixes:
sistema caótico ou liberdade solidária?

Angela Schnoor

 

Já ouvi inúmeras vezes a idéia de que a próxima Era de Aquário seria uma época de sonho e utopias. Que, entre outras coisas, John Lennon em sua linda música Imagine cantava um desejo inviável! Esta idéia me lembra uma frase, não me recordo o autor, que diz:

"Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez."

Considero a qualidade aquariana como aquela condição em que os homens se unem para cooperar, sabendo distinguir, claramente, qual a sua área de atuação no grande projeto. E isto se deve à memória arcaica que trazemos, em nossa humanidade, das imagens dos invernos pelos quais passaram as primeiras tribos humanas e à necessidade de união fundamental para o combate solidário às intempéries naturais, sem a qual não haveria sobrevivência.

Da mesma forma, penso que o período que se denominou Era de Peixes (numa menção ao Cristo, mas, acima de tudo, às águas abissais) tem suas raízes no mês do degelo, final de inverno, quando a destruição prepara o próximo ciclo. A expressão da mais absoluta unicidade é encontrada no esperar paciente, em estado quase letárgico, que a natureza seja dissolvida.

Esta busca por eliminação de diferenças seria inviável para a coletividade de um planeta onde existe, obrigatoriamente, a dualidade entre dia e noite, Céu e Terra, claro e escuro etc. A falta de distinção entre as partes componentes, a unificação total, seria uma situação possível sim, mas, no meu entender, apenas nos planos da expressão fantástica, onírica, intra?uterina, musical e nas experiências místicas.

Assim sendo, proponho que pensemos na sociedade aquariana tomando por base o corpo humano.

No corpo humano, cada grupo de células tem suas características próprias e trabalham em conjunto, sendo componentes de um órgão ou tecido específico. Para cada entidade em separado, a especialização e o aprimoramento do que é conhecido permite saber a importância de cada parte na engrenagem total.

Deste modo, cada uma das partes exerce sua função, interligadas que estão, pelo sentido intrínseco de manter a saúde e integridade do corpo como um todo.

Em alguns casos, quando uma das partes é lesada, outra assume suas funções ou tenta compensá-las de alguma forma.

Temos exemplos de pessoas que escrevem com os pés, que "enxergam" através do tato, como a cega Helen Keller, que sabia dizer, através do toque, a cor de uma rosa, e assim por diante.

Deste modo, as empresas, os países e toda a sociedade humana teriam como sobreviver apoiando-se mutuamente, e cada uma das partes estaria seguindo sua verdadeira vocação individual, respeitando e colaborando com as outras, sabendo da importância de todas e de cada uma para a manutenção da vida do corpo maior.

Assim, tomando como exemplo o nosso planeta, deixaríamos a Suíça fabricar seus chocolates e relógios, enquanto os japoneses aprimorariam a qualidade dos eletrônicos e os franceses cuidariam dos queijos. Não veríamos o Rio de Janeiro com fábricas de automóveis e sim, deixando as indústrias aos paulistas enquanto cuidaria de sua vocação para o lazer e o turismo.

Mas o corpo humano, como tudo na sábia natureza, tem órgãos vitais que não podem, ainda, ser substituídos. Daí, assim como o corpo falece, as empresas, a sociedade e o mundo também entram em colapso quando seus principais órgãos adoecem.

É o caso das grandes potências que, como cérebros ou corações do mundo, trazem a doença e a morte para a civilização que nelas se apoiou integralmente. Isto ocorre também nas empresas que detêm um poder central onde todo seu corpo se apóia.

De modo diverso, a sociedade aquariana propõe a fraternidade. Uma anarquia, onde cada órgão tem a consciência de sua importância e o compromisso para com a saúde total, e dedica um tanto das células que o compõem para exercerem, em conselho e consenso, juntamente com as representantes de cada órgão ou tecido, as funções dos órgãos vitais.

Assim, a pele da empresa, do estado e do mundo teria células encarregadas, juntamente com outras do estômago ou dos ovários, para compor um cérebro comandante ou um coração que bombeasse recursos ou um rim que filtrasse informações ou ainda pulmões que se encarregariam das trocas e comunicações.

Desta forma, que certamente é difícil, mas não impossível, ao adoecer ou cansar, cada setor comandante teria sua sede também em outros setores, países, cidades etc. e não haveria colapso total, e sim mudanças constantes efetuadas pela colaboração em lugar da competição desenfreada e individualista a que assistimos hoje.

No corpo humano, os veículos de união e nutrição entre todas as partes são os líquidos, como o sangue e a linfa. Aquário e Peixes e seus planetas representantes são os símbolos desta união circulante, que através da música, das artes e das experiências místicas, seriam o ponto de comunicação universal e de igualdade pisciana deste corpo.

Nos primeiros passos de mais uma grande mudança social, vemos este intercâmbio de expressões: Netuno, o planeta dos Peixes, vem representando com suas águas, a mensagem da fusão entre os homens.

Em março deste ano de 2003, Urano retorna ao signo dos Peixes, trazendo transparência e claridade ao degelo de uma era que termina.

Em janeiro de 1920, Urano entrava no signo dos Peixes e, após a primeira guerra mundial, os EUA emergiram como a maior potência capitalista, pois, durante a guerra, supriram as necessidades dos países europeus dos mais diversos produtos.

A partir de então, apesar da grande crise que ocorreu no ano de 1929 - a retração comercial que culminou na queda da Bolsa de Nova York, o primeiro grande abalo do sistema capitalista, atingindo quase todos os países do mundo - os EUA foram gradativamente tornando-se o principal órgão no corpo da Humanidade.

Já no final do século XX, nova crise semelhante anunciava a doença que minava o corpo através de seu órgão principal.

O presidente da Bolsa de Valores de Nova York comparou o colapso do mercado a um acidente nuclear. "É a coisa mais próxima da fusão total que eu já vi", disse John Phelan, em 20/10/1987.

Fusão é uma palavra netuniana. Só que, neste caso, o veículo que unificava a Humanidade não era a expressão fluida da linfa humana, nem a força vital do sangue, e sim o materialismo, que endureceu as veias e artérias da Comunidade.

Urano faz sua revolução em Peixes, em 10 de março de 2003. Possivelmente, a doença da primeira potência, que se instalou há 83 anos atrás, traga sua morte e o nascimento de uma nova ordem comece a direcionar o mundo. Mas há uma diferença entre os dois momentos, que me parece fundamental.

Netuno estava em Leão, em janeiro de 1920 e a individualidade leonina representava o parâmetro da totalidade. Agora, em Aquário, leva à compreensão clara e límpida da libertação para, quem sabe, à comunhão através da liberdade solidária.

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