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IV SIMPÓSIO NACIONAL DO SINARJ

A hora da variedade

Equipe de Constelar

 

Despertando o empresário que há em cada astrólogo

José Antonio Pinotti levantou um tema de interesse para todos os futuros profissionais ao propor um modelo de "Planejamento da Carreira do Astrólogo". Fez uma palestra prática, tentando demonstrar a viabilidade da profissão. Considerando ser esta uma atividade aquariana, seria possível entender o padrão habitual de atuação do astrólogo colocando Aquário no Ascendente e Peixes na casa 2. Do lado positivo, Peixes seria empatia, flexibilidade, mas com capacidade de colocar limites. Seria intuição, mas sem excesso de delírios. Do lado negativo, seria desorganização, dificuldade em determinar honorários e cobrá-los, envolvimento excessivo com o cliente. Para Pinotti, o astrólogo precisa entender todas as regras do que é ser um profissional liberal. Sem esta percepção de que tudo depende de sua própria iniciativa, nunca será um astrólogo bem sucedido.

José Antonio Pinotti, de São Paulo, espantou a platéia ao propor que astrólogos contratem assessores de imprensa para cuidar de sua imagem.

O planejamento de carreira é uma ferramenta bastante conhecida no ambiente das grandes corporações. Consiste em delinear uma seqüência lógica de metas de carreira a alcançar e elaborar um programa estratégico para a alavancagem dessas metas. Pinotti sugere que o mercado de trabalho do astrólogo e tão amplo e tão cheio de oportunidades quanto o de qualquer técnico especializado, executivo ou empresário. Propõe que o astrólogo dê atenção a detalhes de planejamento que normalmente não são levados em conta, como a criação de uma imagem junto à comunidade onde pretende atuar. "Astrólogo", diz ele, "não pode ficar enfurnado em casa, pesquisando em seu gabinete e distante da comunidade. Precisa circular, ser visto, conhecido, precisa criar um vínculo de confiança e de empatia com os potenciais clientes".

Isso significa, em outras palavras, um investimento em marketing pessoal. Um dos momentos em que Pinotti enfrentou maior incredulidade da platéia foi quando propôs que astrólogos contratassem o serviço de uma assessoria de imprensa: "Custa algo em torno de mil e quinhentos reais por mês, mas os resultados aparecem logo sob a forma de mais negócios e mais receita. O assessor pode ajudar na construção e fixação de uma imagem profissional. O astrólogo precisa avaliar o mercado e escolher o nicho onde vai atuar. Ele pode decidir fazer mapas de crianças, ou aconselhamento de casais, ou consultoria para investimentos na bolsa de valores, e cada escolha implica uma estratégia diferente de inserção na comunidade." Para Pinotti, muitos astrólogos inviabilizam sua sustentação econômica ao optarem por uma estratégia errada de marketing pessoal. Sob este ponto de vista, não faria o menor sentido, por exemplo, que a astróloga que optou por trabalhar com mapas infantis fosse ministrar palestras na bolsa de valores. O melhor lugar para a divulgação do trabalho dela seria o ambiente de creches e pré-escolas, apenas para citar um exemplo.

Mais agitada ficou a platéia quando Pinotti começou a desenhar cenários otimistas para o astrólogo-empresário capaz de maximizar seu potencial mediante uma boa administração da carreira. Quando o palestrante afirmou haver profissionais em São Paulo com ganhos de vinte a trinta mil reais por mês, levantou-se um murmúrio surdo da platéia que misturava espanto, incredulidade e excitação. Mais tarde, as opiniões se dividiam: "Isso não existe. Ele está inventando. Eu ralo, ralo, ralo e nunca tiro mais de mil pratas por mês", sentenciou uma astróloga carioca. "Vou parar de atender em consultório e vou fazer consultoria empresarial", sonhava animadamente a companheira mineira. Um estudante de tendência mais esotérica manifestava indignação: "Astrologia não foi feita para atender executivo da Av. Paulista. Isso é astrologia de resultados. Nosso papel é despertar consciências!"

Seja como for, a palestra de Pinotti mostrou que, para boa parte da platéia, pensar a prática astrológica com as ferramentas da gestão empresarial ainda soa como uma espécie de heresia. Mesmo assim, deu água na boca de muita gente.

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