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UMA DEFESA DA ASTROLOGIA CLÁSSICA

Luzes no fim do túnel

Barbara Abramo

 

O resgate da Astrologia Clássica

O trabalho de recuperação e estudo da Astrologia Clássica - e não mero exercício de revisionismo historicista, como diria Karl Popper - onde seja possível submeter ao teste da realidade contemporânea técnicas antigas que se provem úteis, pode ajudar a reestabelecer a dignidade e delimitar os campos possíveis de relação com outros saberes, para que a produção astrológica floresça com o brilho e beleza, a eficácia e a funcionalidade de quando ela não era vista como mera superstição, como hoje, quase obrigada a deixar-se cooptar e seduzir por toda a sorte de correntes soi-disant "esotéricas", "ocultistas" "psicologizantes" ou pseudo-new age na tentativa de garantir seu território.

Em muitas partes do mundo há grupos de profissionais que começaram a colocar em prática o exercício da recuperação e do estudo. O resultado tem sido a elevação do nível de debate, o aprofundamento do conhecimento teórico e o resgate de ramos de trabalho, tais como a Astrologia horária, médica e mundial, em novas bases, onde a precisão tecnológica dos cálculos computadorizados se aplica a técnicas e conceitos antigos e ainda operantes.

O trabalho de recuperação e teste destas antigas práticas é, hoje, sem dúvida, uma das luzes que surgem no fim do túnel astrológico. Quem sabe nós, astrólogos brasileiros, possamos enxergar esta luz, daqui ao sul do Equador, sem esquecermos de que muito antes da chegada dos espanhóis e portugueses na América Latina, este chão refletia estrelas em sistemas complexos, tais como o dos maias e astecas.

O que há para ler

O mercado editorial brasileiro já é um dos mais modestos e, em matéria de Astrologia clássica ou antiga, ou mesmo história dela, estamos mal servidos em português... No entanto, para quem lê inglês, por exemplo, há alguns bons títulos que podem ser adquiridos, até mesmo pela internet!

Embora com certas conclusões hoje em dia consideradas falhas, o livro de Jim Tester (A History of Western Astrology, The Boyldel Press, UK, 1987) pode ser um bom começo em termos de história. Do brilhante astrólogo e historiador da Astrologia Nicholas Campion, já conhecido do público brasileiro, é possível adquirir até em muitas livrarias comuns o insuperável The Great Year (editado pela Penguin Arkana, 1994), que trata com inteligência e crítica desde os primórdios da Astrologia na Babilônia até os dias de hoje. Nick Campion também está envolvido com um empreendimento da maior importância: a edição dos cadernos Culture & Cosmos, bi-anuais, que tratam com elevada capacidade técnica e alto grau de articulação intelectual e acadêmica temas diretamente ligados e afins com a Astrologia, a arqueoastronomia e a astronomia cultural.

A Loeb Oxford Library tem alguns titulos interessantes de fontes primárias, tais como Aratus, Ptolomeu e outros.

Dentre os astrólogos mais conhecidos do público brasileiro também podemos nomear Robert Zoller e Robert Hand, o primeiro com algumas obras definitivas sobre os aspectos herméticos da Astrologia e a tradução dos textos árabes das partes, e o segundo que está envolvido com a mais importante tarefa de tradução e análise crítica de uma enorme quantidade de fontes primárias. Os dois podem ser encontrados na internet, assim como Nicholas Campion...

Uma das tarefas mais importantes que os astrólogos brasileiros deveriam empreender é a de editar em português e em boas traduções certos títulos como estes, que com certeza ampliariam o debate e aprofundariam a visão histórico-crítica de seu ofício!

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