PERFIL ASTROLÓGICO

João Paulo II, o papa da paz

Fernando Fernandes

 

Karol Wojtyla, o cardeal polonês que chegou à Santa Sé com o nome de João Paulo II, foi o pontífice mais popular de toda a história da Igreja Católica. Em seu mapa, quatro planetas se destacam, compondo uma personalidade única.

As fotos utilizadas nesta matéria são intervenções sobre imagens de divulgação do site do Vaticano.

Ao deixar a vida na tarde de 2 de abril de 2005, João Paulo II também deixava para trás um dos pontificados mais longos e certamente o mais popular de todos os tempos. Muitas transformações separam o papa de porte atlético do final dos anos 70 do portador do mal de Parkinson dos últimos tempos. Mas o papa sempre foi, na saúde ou na doença, um homem essencialmente carismático, com todos os recursos pessoais para ser - como efetivamente foi - um superstar.

João Paulo II nasceu na data de 18 de maio de 1920, na cidade polonesa de Wadowice, e recebeu o nome de batismo de Karol Wojtyla. Durante anos astrólogos levantaram diferentes hipóteses em função dos várias horários de nascimento que circulavam nos meios especializados. Os três horários mais comumente citados são os da meia-noite (Ascendente nos primeiros graus de Aquário e Meio-Céu no início de Sagitário), por volta do meio-dia (Ascendente em Leão ou Virgem) e das 17h30 (Ascendente em Libra). O último horário é o que melhor responde às peculiaridades de sua longa vida, resultando num mapa bastante verossímil. É com ele, portanto, que iremos trabalhar.

Papa João Paulo II - 18.5.1920, 17h30 (+02:00) - Wadowice, Polônia - 49n53, 19e30. O único planeta abaixo da linha do horizonte é Urano (os outros símbolos abaixo do horizonte representam, pela ordem, a Parte da Fortuna, o Nodo Lunar Norte e a Lua Negra - três pontos não planetários, portanto).

O horário de 17h30 ganha mais consistência por ser endossado pelo mais respeitado banco de dados da atualidade, o Astrodatabank, criado por Lois Rodden. O mapa daí resultante mostra um Ascendente em Libra, o Sol em Touro, na casa 8, e a Lua em Gêmeos, na mesma casa. Nove planetas estão acima da linha horizonte.

João Paulo Superstar

A eleição de um cardeal polonês para o trono pontifício surpreendeu o mundo em 1978, após a súbita morte de seu antecessor, o sorridente João Paulo I. Pela primeira vez em séculos, elegia-se um não italiano. Mais do que isso: um papa que fugia completamente do estereótipo da autoridade eclesiástica de voz mansa e gestos comedidos. Atlético, vigoroso e com uma biografia que incluía a participação em grupos de teatro amador e na resistência polonesa durante a segunda guerra mundial, João Paulo II renovou a imagem do Vaticano e transformou-se rapidamente num superstar. Nenhum papa fez tão bom uso da mídia quanto ele. Valendo-se do uso eficiente do marketing e do impacto espetacular das multidões que conseguia congregar em cada viagem, reacendeu a chama do sentimento religioso nos tradicionais países católicos e arrebanhou milhões de novos fiéis em países onde o catolicismo tivera pouca penetração anterior.

Esta capacidade de dinamizar, impactar e galvanizar multidões pode ser explicada por diversos fatores do mapa. O mais evidente é a conjunção Júpiter-Netuno em Leão na casa 10, um aspecto que associa os dois planetas mais relacionados a religião e fé com o Meio-Céu, ponto de maior evidência da carta e significador do exercício de uma função pública. Netuno na 10 tanto mostra a vocação mística quanto o enorme fascínio que o papa exercia sobre as multidões (este planeta simboliza atração e magnetismo, entre outros significados). Júpiter rege os sacerdotes, de maneira geral, enquanto Leão responde pelo brilho pessoal e pelo sentido teatral que o papa sempre demonstrou em suas aparições.

O papel de Marte e Urano

O papa usando um laptop: uma das imagens uranianas na carreira de João Paulo II.

Por outro lado, não se pode subestimar o papel de Marte junto ao Ascendente como fator determinante da imagem do papa como um homem enérgico, de porte atlético e amante de esportes, ao menos nos primeiros anos de seu pontificado. Basta lembrar que foi o primeiro pontífice a ser fotografado esquiando e usando tênis. Mesmo nos anos finais de sua vida, Marte se manifestou na disposição de luta, na coragem e resistência com que enfrentou desafios políticos e viagens aos locais mais remotos, apesar da saúde frágil.

O terceiro fator que ajuda a compreender João Paulo II como um ser humano muito especial é Urano em Peixes no final da casa 4, já em conjunção com a cúspide da 5. Este Urano ganha um peso especial por ser o planeta em maior evidência do ponto de vista da geometria da carta. É o único planeta abaixo da linha do horizonte, sendo que tal situação de isolamento hemisférico é um dos mais importantes fatores de ênfase que qualquer planeta pode ter. O "desenho" do mapa de João Paulo II, com Urano contrapondo-se aos outros nove planetas, guarda total analogia com a forma como o papa atuou nos 26 anos de seu pontificado, sempre com utilização de meios rápidos, modernos e não convencionais para atingir as massas. Como Urano está na cúspide da casa 5, da expressão criativa, não admira que ele tenha sido um pontífice original na escolha dos meios de manifestação de sua personalidade única. Lembrando que a figura do papa é vista como a própria corporificação do vínculo entre Deus e a comunidade de fiéis, temos em João Paulo II alguém que, com seu comportamento enérgico (Marte no Ascendente) e forte carisma pessoal (Netuno-Júpiter em Leão), encontrou meios surpreendentes (Urano) de reafirmar a identidade (casa 5) da Igreja Católica (Peixes).

Urano e Saturno estão em oposição na carta, ambos em quadratura com a Lua geminiana na casa 8. Esta configuração, conhecida como quadratura T, é de grande importância no mapa de João Paulo II, manifestando-se de diversas maneiras em sua vida. A imagem mais conhecida do papa foi o gesto, repetido a cada novo país visitado, de sair do avião com a capa a esvoaçar no vento (uma imagem bem uraniana) e prostrar-se no chão para beijar o solo (Saturno em Virgem). Este ato simbólico de reverência à mãe-terra e de afirmação de amor à pátria planetária, acima e além das fronteiras nacionais, também encontra expressão na tripla conjunção em Touro, nas casas 7 e 8, onde Vênus, planeta da afetividade, está presente como dispositor final [*] de toda a carta, enquanto a forte Lua em Gêmeos fala da facilidade com que o papa se comunicou com gente de todas as culturas e transformou-se em cidadão do mundo.

A essência taurina de um papa teimoso

[*] Dispositor final: planeta que, estando em seu próprio domicílio (signo do qual é regente), acaba exercendo controle direto ou indireto sobre todos os demais planetas. Assim, Vênus em Touro dispõe diretamente do Sol e de Mercúrio em Touro, assim como de Marte e do Ascendente em Libra; o Sol dispõe dos dois planetas em Leão, os quais, por serem co-regentes de Peixes, dispõem de Urano naquele signo, e assim por diante. Pelo critério das regências, Vênus é o planetas mais fortalecido do mapa de João Paulo II.

Sob a aparência pop e vanguardista de um superman eclesiástico, João

Paulo II sempre foi, na verdade, um papa conservador e cauteloso no trato dos dogmas e questões litúrgicas. Aqui se revela a verdadeira importância de Vênus em Touro como dispositor final do mapa: o objetivo não é reformar a Igreja, mas fortalecer sua estrutura e coesão interna, pacificar as facções rebeldes, estimular a obediência e a devoção, restaurar a antiga grandeza do papado e atrair para o seu seio novos contingentes de fiéis. Esta Vênus é regente do Ascendente, e temos aí outra forma de entender a missão a que se propôs João Paulo II: utilizar todos os recursos uranianos, marcianos e netunianos para despertar católicos e não católicos para a mensagem de paz do cristianismo. É como se os demais planetas abrissem caminho para Vênus, dispositora final de toda a carta: por trás da aparência de superstar, eis o papa da paz, a proclamar valores perenes.

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Atalhos de Constelar 82 - abril/2005

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