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ASTROLOGIA COLETIVA

Marte cresce, a paz desaparece

Fernando Fernandes

 

O Coração do Leão não quer a vingança

Em 22 e 23 de agosto de 2003, temos a conjunção Sol-Júpiter-Regulus. Estes três corpos celestes só se encontram em Leão a cada doze anos, mas raramente com órbitas tão estreitas quanto as de agora. Basta dizer que a última verdadeira conjunção Sol-Júpiter-Regulus ocorreu em 1837 (órbitas inferiores a dois graus), e sem a presença de Vênus, como temos em 2003.

Brasília, 7h da manhã de 23 de agosto: o mapa mostra o momento exato em que o Sol faz conjunção com Regulus, coadjuvado por Júpiter de uma forma que só tem paralelo com a configuração de 1837.

Regulus é a principal estrela da constelação de Leão, e sua posição atual corresponde a 29º52' de Leão. Mais ainda: Regulus, ou Cor Leonis (Coração de Leão), é uma das mais importantes estrelas do zodíaco, sob todos os aspectos. Segundo os clássicos, Regulus reúne o melhor das qualidades de Marte e Júpiter, como a nobreza, a franqueza e a coragem. As lendas sobre Regulus, uma das quatro estrelas reais da Pérsia, apontam sua ligação com o mítico imperador persa Feridum, que realizou um governo de prosperidade até deixar-se levar pelo desejo de vingança em relação aos inimigos. Assim, a interpretação dessa estrela comporta duas possibilidades: se a tentação da vingança ou represália é evitada, Regulus promete sucesso e prosperidade; mas se o governante recorre à guerra, o resultado é ruinoso.

Na conjunção de 1837, o Brasil vivia um momento crítico. Três dias antes da passagem do Sol sobre Regulus o general Netto [*], braço direito de Bento Gonçalves na Revolução Farroupilha, derrotava os imperiais na cidade gaúcha de Triunfo. O próprio Bento, então preso numa fortaleza na Bahia, logo conseguiria escapar, com a ajuda de amigos locais que, em novembro do mesmo ano, iniciariam o turbulento movimento chamado Sabinada, pelo qual a Bahia separou-se provisoriamente do restante do Brasil. Diogo Feijó, então regente do trono brasileiro face á menoridade de D. Pedro II, não resistiu às pressões e foi obrigado a renunciar em setembro de 1837, um mês após a conjunção.

[*] A figura do General Netto, um militar por vocação e republicano ardente, aparece, um tanto romanceada, na série A casa das sete mulheres, da TV Globo, onde este personagem histórico é interpretado por Tarcísio Filho. Netto, que anos depois assinará a paz com os imperiais em Ponche Verde, mais adiante serve ao país na Guerra do Paraguai, onde novamente se destaca pela coragem e capacidade militar.

A quádrupla conjunção de 22 e 23 de agosto de 2003 é, então, uma daquelas raras configurações cujas ressonâncias não devem ser procuradas apenas nos fatos próximos, mas ao longo de um período mais extenso. Como o encontro no final de Leão dá-se em oposição a Marte e Urano no início de Peixes, e como Marte encontra-se num momento de excepcional proximidade, o que temos é um quadro único para o qual não há experiência acumulada que permita uma interpretação totalmente segura.

O segundo momento especial de agosto de 2003 é a noite do dia 26 para o dia 27, quando Marte atinge sua máxima aproximação (perigeu) e máximo brilho. Sete corpos celestes estarão envolvidos na configuração: Júpiter, Sol, Vênus e Lua em Virgem e a conjunção Marte-Urano em Peixes. Se considerarmos que Júpiter é o regente clássico de Peixes, o dispositor de todos esses planetas é Mercúrio, também domiciliado em Virgem, mas já afastado do jogo de conjunções e oposições.

O que podemos dizer sobre tudo isso? Seguem-se algumas especulações.

Se quisermos definir o momento mais importante para o levantamento de uma carta que permita compreender o contexto que emana de toda essa configuração, há quatro alternativas possíveis:

a) a exata conjunção Sol-Regulus de 22 de agosto, coadjuvada por Júpiter e Vênus;
b) o ingresso de Júpiter em Virgem, seu signo de queda (uma debilidade, nos termos da Astrologia Clássica), que acontece às 5h31 da manhã (hora de Brasília) de 27 de agosto de 2003;
c) O perigeu de Marte, que acontece quase simultaneamente;
d) A lunação (Lua Nova) de 27 de agosto, que acontece às 14h26, hora de Brasília (17h26 GMT).

Mapa da Lua Nova de agosto de 2003 - 27.8.2003, 14h26. A carta foi calculada para Brasília.

Nossa escolha pessoal do momento mais significativo é o mapa do ingresso de Júpiter em Virgem, que tem como particularidade o enquadramento de Júpiter pelo Sol no início de Virgem e pela Lua no final de Leão - sem falar na conjunção quase exata com Regulus (órbita de oito minutos).

O que pode acontecer?
Sérgio Vieira de Mello

Enfim, a invasão dos marcianos

Previsões sobre Júpiter, Saturno e Urano no mapa do Brasil:

2003/2004: o Brasil de agosto a agosto


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