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CONHECIMENTO DA ASTROLOGIA

Restaurando a essência
de alguns conceitos astrológicos

Angela Schnoor

 

A casa 12 é um lugar de restrições e sofrimentos infernais. Câncer é o signo da família, enquanto Libra rege o amor. Filhos são assunto de casa 5. Quem tem Urano enfático é inconformado e criativo. Certo? Nem tanto. E, se você acredita em todas essas afirmações sem pensar, pode estar na hora de rever os seus conceitos.

Desde que iniciei meus estudos de astrologia, alguns conceitos expressos em livros e palestras e defendidos por colegas respeitáveis me incomodavam enormemente pois, na minha compreensão, tinham sofrido "distorções" através do uso, o que os havia afastado, ao meu ver, de sua essência original. Acho que alguns conceitos assumem formas históricas e culturais e acabam por adotar formas transitórias que "vestem" as estruturas básicas, roubando-lhes a pureza de conceitos.

Desta forma a universalidade acabava sendo perdida, pois sentia-os como impregnados e escravizados a questões pertinentes a uma cultura específica ou a um período histórico do viver e do pensar do ser humano.

Acredito que a sabedoria astrológica é plena, abrangente e permanece através dos tempos quando é utilizada tendo como parâmetro básico a sabedoria da natureza da qual se origina, a despeito dos conceitos temporais dos quais possa revestir-se em alguns momentos.

Como um Livro que, independentemente da época, das interpretações, das imagens, da edição e dos formatos, será sempre um objeto de informação, em primeiríssima instância, assim também alguns conceitos astrológicos deveriam manter sua simplicidade original, embora se reconheça que, em determinados momentos da história humana, possam, naturalmente, ter vestido uma ou outra roupagem próprias da época.

O que considero perigoso e inadequado é que a roupagem passe a definir o conceito que lhe serviu de base.

A casa 12 e o Patriarcado

O primeiro deles é o conceito da casa doze, quando considerada como a casa das prisões e dos hospitais, dos infortúnios, além do antigo e mal entendido conceito de "inferno zodiacal". Hoje, astrólogos com visão humanista não mais a enfocam desta forma, mas sempre permanece a antiga aura mística, e a razão que a levou a este enfoque continua não sendo dita.

Esta casa, como denominamos uma perspectiva de visão, ou ainda um dos ângulos para se ver a vida, é demarcada, assim como as outras onze, pela relação do Sol com a Terra, tomando-se como base uma hora determinada e as coordenadas geográficas do local que se considera para o levantamento do mapa. Sendo assim, em linhas gerais, esta casa compreende o ângulo onde o sol se levanta no horizonte, ou seja, o nascer do sol e o período de duas horas no qual este astro percorre este espaço angular de visão.

Ora, uma pergunta simples: será que alguém consegue encontrar semelhanças entre a beleza irradiante de um nascer do sol, mesmo que sob nuvens, com os conceitos de prisão, hospital e sofrimento?

Para que esta observação não se torne árida e teórica, peço que admirem imagens do nascente em várias situações. Tanto quando o cenário é a natureza, como quando o pano de fundo são as cidades.

(Selecionei algumas imagens do nascer do sol em várias situações que poderíamos relacionar às qualidades dos doze signos. Por exemplo: no mar, sobre um lago, nas montanhas, entre arranha-céus ou no horizonte de uma fazenda.)

Que tal a energia ígnea de um Sol em Áries na casa 12?
O Sol nascendo entre estruturas monumentais lembra Touro na casa 12.
Sol sobre as águas protegidas do lago: a beleza protegida de Câncer na 12.

O Patriarcado criou o "quarto escuro"


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