Plutão e as festas
rave
É interessante notar que, a geração
que vivenciou Plutão no signo de Virgem, de meados de 1957
até parte de 1972, está sob o aspecto tenso da quadratura
de Plutão até 2008. Tensão que exacerba, como
é o feitio das pulsões inconscientes, as questões
relacionadas ao trabalho diário e aos assuntos ligados à
saúde, numa reformuladora despedida aos conceitos de grandeza
espaçosa de um Centauro preso à sua parte animal.
É interessante notar que a formiga (inseto simbolicamente
associado à Virgem) vive por três dias apenas e passa
todo seu tempo em constante movimento, sem dormir, a mesma dinâmica
presente na festas rave.
Penso que estamos numa crise existencial na busca
do significado perdido para uma vida medíocre e materialista.
Nesta busca, alguns saem à público e, compulsivamente,
negam seus medos enquanto outros se voltam para dentro, em viagens
internas, ou compelidos pelo medo do lá fora.
Seja na tentativa de esconder-se ou de projetar suas
faces mascaradas fora de si mesmos, num mundo bem propício
a receber esta projeção, é que aparecem muitos
casos de isolamento, expressos pelo medo de sair à rua, estar
com pessoas e ficar exposto.
O ser que entra em contato com as profundezas que
até então desconhecia, vê-se como uma ferida
que se abriu e mostra partes deterioradas. Está frágil,
vulnerável e ainda desconhece sua nova face. Este se isola,
mas busca alguma forma de reconhecer-se, tratar esta ferida e aguardar
que cicatrize.
Mas, há outro tipo de comportamento,
o do indivíduo que nega seus instintos, que projeta para
fora de si os monstros que o possuem. Este pode exilar-se em
seus porões sombrios e ver no ambiente que o cerca os
perigos que traz consigo. E, desde a passagem de Plutão
por Escorpião, que as forças dos demônios
sufocados iniciaram seu caminho para fora. |
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A sociedade está sendo obrigada a encarar
as desigualdades pelas quais é responsável.
Encontramos a cada dia, tanto nos homens como nas
crianças das ruas, assim como nas elites e nas instituições,
personagens nos quais torna-se fácil depositar nossos receios
e espelhar mazelas. Como num baile de horrores, não se tem
garantias, pode-se encontrar uma anjo sob uma máscara de
Drácula ou um mostro na face de um belo jovem. A máscara
tornou-se o esconderijo do medo. O instinto destruidor e reconstrutor
tem o sorriso na face, e pode estar vestindo o manto do sacerdote,
a beca do magistrado ou do professor.
Agravados tornam-se os sintomas daqueles que estão
também "invadidos" em suas certezas e controles
do ego, os que estão em momentos de abertura da consciência
sob trânsitos de Urano e Netuno em Aquário. Nestes
casos, é bom que se entenda a mensagem dos ciclos humanos:
aproveitem a experiência jupiteriana e reforcem suas autoproteções
interiores verdadeiras, para que Júpiter em Leão os
encontre plenos de vida e criatividade. Mas, acima de tudo, partilhem
suas experiências, abram suas mentes, conversem, troquem,
façam seu mundo mais amplo através do senso de união
fraterna que torna o "sair lá fora" uma experiência
de encontro, e não de medo.
Que nas "ágoras", nas
praças, nos espaços abertos não haja medo e
os homens sejam vistos como iguais e possam tornar-se amigos e solidários.
Que o reinado de Plutão em Sagitário traga habitantes
plenos de vida e esperança ao mundo interior de cada um,
e não seja apenas o mundo dos mortos.
Clareando sombras:
um auxílio em momentos difusos e confusos (netunianos)
Quando recebemos um cliente que está sob um
importante ciclo de Netuno, quase sempre nos deparamos com indivíduos
confusos, sem rumo, assolados por medos inexplicáveis, com
grande dificuldade para entender, verbalizar e comunicar aquilo
que sentem, o que fantasiam, e muitas vezes o que percebem, vagamente,
através dos sentidos.
Principalmente quando os aspectos de Netuno em trânsito
atingem o Sol, Mercúrio natal, a Lua, o Ascendente (e os
ângulos), ou quando o Netuno natal passa, por exemplo, a ser
conscientizado através de um trânsito de Plutão,
ou ainda, quando as situações "netunianas"
acontecem pelas progressões, este instrumento torna-se indicado.
Muitas vezes a depressão e o medo de "ficar
louco" podem ocorrer, além de que a fuga através
do sono pode tornar a pessoa improdutiva e, muitas vezes, angustiada
com este fato.
Sabemos, tanto pela astrologia quanto pela psicologia,
que estes momentos podem ser extremamente ricos para a personalidade,
tornando-se fonte de criatividade e inspiração. Transformações
netunianas são meios de ampliação do estreito
campo onde atua a nossa Ego identidade, possibilitando o
acesso ao reino do Simbólico e do Mítico.
Se conseguirmos que o indivíduo coloque para
"fora", materializando através de recursos não-verbais
o seu Mundo Interior, ele conseguirá visualizar suas fantasias
e seus fantasmas, tornando pequenos e nomeáveis os monstros
que aí estiverem habitando.
Como a grande maioria das pessoas não se sente
habilitada para as expressões artísticas, sejam plásticas,
pictóricas ou musicais, resolvi utilizar um instrumento vago,
aleatório, imponderável e no qual o necessário
é deixar fluir, sem ameaças de "afogamento",
já que Netuno tem relação com os mares e oceanos
e com os estados de consciência causados pelos transes e êxtases,
pelo álcool, sono, anestesia, hipnose e situações
afins. Nesta experiência não há acertos nem
erros, quanto mais livre e sem controle for a disposição
da pessoa, melhor.
A técnica básica utilizada é
a da monotipia. Para isso precisamos dos seguintes materiais:
· Uma placa de vidro com as beiradas polidas,
com espessura de meio a um centímetro e com medidas que mantenham
a proporção de 3x4, ou seja, pode ter trinta por quarenta
centímetros ou quarenta e cinco por sessenta, caso você
disponha de uma mesa maior para apoio.
· Tubos de tinta acrílica de várias cores.
· Pincéis de espessuras variadas.
· Copos ou recipientes para água.
· Conta-gotas ou canudo plástico para sucção
da água.
· Papel branco cortado no tamanho do vidro.
· Caneta esferográfica preta.
· Rolo de papel para limpeza dos pincéis.
· Espaço próprio ou varal com grampos para
pendurar os papéis para secar.
O que fazer com o material
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