Carlos Hollanda

A relação da cultura com símbolos zodiacais

Em todas as sociedades temos indivíduos agressivos, que tomam a dianteira, que agem individualmente e competitivamente em algum grau. Eis uma manifestação comum na descrição do signo de Áries. Em todas as sociedades existem indivíduos ambiciosos, desejosos de poder, de credibilidade, que tendem a ser pessimistas ou "realistas em excesso" e que possivelmente agem como se estivessem carregando o mundo nas costas. Eis uma descrição ordinária do tipo capricorniano que atua em graus variados de cultura para cultura e de indivíduo para indivíduo. Mas todos sabemos que existem diferenças cruciais entre as culturas. O que se propõe aqui não é a existência de um fator unificador de culturas. Tendo por fundamento as pesquisas do etnólogo norte-americano Alfred Kroeber, concordo com o postulado que assevera que a unidade da espécie humana só é possível através da diversidade cultural.

Alfred Kroeber cercado por dois nativos que adotaram costumes ocidentais. Um deles era seu intérprete.

O que se verifica é que as características comuns a toda a espécie humana terão expressões particulares em cada cultura. Mais do que isso: cada cultura lida de uma forma particular com atributos comuns a todas elas. Assim, o modo como a cultura brasileira encara a atitude ambiciosa será bastante diferente da de uma uma tribo de nômades do deserto. A ambição é um fator gerado pela própria cultura, mas ela existe em todas. Lá está ela. Pode estar sendo dissimulada, condenada, louvada, encarada com indiferença, mas ela está lá. Cada cultura pode determinar até o que os indivíduos a ela pertencentes ambicionam, mas não pode determinar se existe ou não ambição, pois junto com a cultura também vem a ambição pelo alcance dos patamares mais elevados nela existentes.

Agora mesmo, enquanto falo de "ambição", é possível que cada leitor esteja fazendo uma leitura particular deste conceito, negando-o ou justificando-o de forma a adequá-lo a seus valores culturais predominantes. E quem deve sentir-se mais mobilizado por esta discussão sobre ambição é exatamente o leitor que tem uma prevalência de símbolos como Saturno, Capricórnio ou uma convergência de fatores cruciais na casa 10 do mapa astrológico. Dizer que tais indivíduos tendem a desenvolver ambição não é pejorativo, nem rotulação. Estou ressaltando uma característica inerentemente humana, cabível portanto a todas as pessoas com ênfases em quaisquer dos signos, apesar de ser lugar comum entre os astrólogos a escolha de Capricórnio como um referencial para o conceito de ambição. Todavia, se há um rótulo a ser dado, este é dirigido à humanidade como um todo, e não a determinados indivíduos. O que há, no entanto, é o modo como nossa cultura se relaciona com o conceito de ambição. Tendemos a negá-la, a tratá-la como algo pernicioso, ao passo que, pelo menos na sociedade brasileira, a atitude piedosa e aparentemente desinteressada de valores materiais e de status é tida como salutar. Mas quem faz isso não é o indivíduo em si: é a cultura que fala dentro e através dele. Para exemplificar como a ambição pode ser positiva, basta lembrarmos de Gandhi e de sua meta de libertação da Índia.

A conservação, constatação e transmissão dos padrões de normalidade cultural formam sistemas de crenças definidos e muito arraigados. Isso leva, em termos de raciocínio astrológico, a associarmos a natureza da cultura com os eixos Gêmeos-Sagitário e Câncer-Capricórnio. Por quê?

A cultura e os eixos Gêmeos-Sagitário e Câncer-Capricórnio