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NOVAS TÉCNICAS EM ASTROLOGIA
Afélios, periélios
e nodos planetários
Antônio Carlos Costa Lima Vieira

As técnicas utilizadas pelo astrólogo Antônio Carlos da Costa Lima Vieira fogem bastante ao padrão convencional, enfatizando fatores de análise pouco utilizados pela maioria dos pesquisadores. Alguns conceitos têm inspiração direta na obra do erudito francês René Guénon, um dos maiores estudiosos de simbologia da primeira metade do século XX.

Sobre os eixos dos apsides planetários (afélios e periélios)

É preciso compreender-se, por mais esquisito que isto possa parecer, que as regiões celestes que hospedam estes fenômenos capitais das órbitas planetárias têm mais força, para a compreensão do "mundo sublunar", que a força das constelações zodiacais, das mansões lunares e dos signos astrológicos... Inclusive, somente a observação dos virtuosos afélios (bem como também dos virtuosos nodos ascendentes) e dos viciosos periélios (bem como também dos viciosos nodos descendentes) dos asteróides e planetóides recém-descobertos (bem como dos cometas) nos garantirá sobre a natureza de suas influências astrológicas... Os "nodos" aparentes do Sol são geocêntricos. O ascendente é no ponto vernal e o descendente situa-se no equinócio oposto...

Os graus em que ocorreram os prévios e últimos afélios, periélios, nodos e ocultações dos planetas lentos e dos planetas rápidos devem ser consideradas como graus sensibilizados, prioritários que são, na realização de qualquer previsão astrológica, e na realização de qualquer estudo astrológico. É mesmo, por vezes, completamente impotente todo estudo astrológico que não considere, tanto sob o modo geocêntrico quanto sob o modo heliocêntrico, as prévias posições acima mencionadas (afélios, periélios, nodos e ocultações, inclusive, é claro, das luminárias) e os aspectos astrológicos que elas fazem com as posições planetárias natais (também cometárias e talvez as posições de supernovas) e com seus respectivos trânsitos futuros.

Sobre os eixos dos apsides planetários e cometários, afélios e periélios

A importância qualitativa das regiões zodiacais onde ocorrem os periélios e os afélios planetários depende do ponto de vista heliocêntrico.

No periélio, o planeta está perto de Hélios, o Sol. Para o planeta, isto é alegria e vida, mas, para o Sol (e o ponto de vista heliocêntrico é o sinalizador essencial), a força centrífuga que então lança o planeta para o distanciamento é diabólica recusa que tende rumo às trevas exteriores. Aí está a imagem da queda de Lúcifer, o portador da luz, da ovelha que se desgarra, do filho mais velho que recusa acolher o irmão pródigo que retorna após ter dissipado a própria herança. Aí está a imagem dos doutores da lei e dos fariseus, que não saudaram a entrada de Jesus em Jerusalém.

No afélio, o planeta está afastado de Hélios, o Sol. Isto, para o planeta, é queda na manifestação; tristeza e morte. Mas, para o Sol, é então que a força centrípeta faz o planeta retornar para a sua proximidade, o que é venturosa tendência unitiva e religadora. Pode-se ver aí a imagem do bom pastor buscando a ovelha perdida, do pai perdoando o filho pródigo e de Jesus ceando com publicanos, prostitutas e pecadores.

Quem aproveita a luz de Guénon, na verdade, não se decepciona... Eis a seguir a citação do sábio que motivou-me estas buscas muito frutíferas sobre os afélios e os periélios:

Pode dar-se como exemplo o movimento dos corpos celestes, que não é rigorosamente circular, mas elíptico; a elipse é uma espécie de primeira "especificação" do círculo, pelo desdobramento do centro em dois pólos ou "núcleos" segundo um certo diâmetro que tem desde logo um papel "AXIAL" particular, ao mesmo tempo que todos os outros diâmetros se diferenciam entre si quanto ao comprimento. Acrescentemos incidentemente a este propósito que, como os planetas descrevem elipses das quais o Sol é um dos núcleos, poderíamos perguntar-nos a que corresponde o outro núcleo: como nesse espaço não há efetivamente nada de corporal, deve existir qualquer coisa que só se poderá referir à ordem sutil.

(Página 132, nota nº 3 do Capítulo XX, "Da esfera ao cubo", do livro O Reino da quantidade e os sinais dos tempos, tradução de Vitor de Oliveira. 1989, Lisboa, Publicações Dom Quixote.)

O movimento de translação da Terra, que é real, cria o movimento aparente do Sol em torno da Terra, cuja trajetória recebe o nome de eclíptica. A divisão da eclíptica em doze setores dá origem aos signos do zodíaco. Os nodos planetários, a partir de uma perspectiva terrestre, são o cruzamento das órbitas dos planetas com a eclíptica.

Sobre os eixos dos nodos planetários e cometários

Para a Terra, o plano onde desenvolve-se a sua órbita de translação em torno do Sol mostra-se, no céu, como um rastro solar, de inteligência e de vida, que nutre destas virtudes os diferentes céus planetários. É a este rastro solar, que serpenteia o equador terrestre, tendo os trópicos por limites, que denominamos eclíptica. É aí, neste rastro dourado, que ocorrem os eclipses e as ocultações solares, tanto entre a Lua e o Sol quanto entre os demais planetas e o Sol. Estas regiões da eclíptica, onde ocorrem estes eclipses, são as regiões visitadas pelos nodos planetários, regiões onde situam-se etapas importantes do percurso solar e dos demais planetas. Onde cada plano de órbita planetária intercepta por duas vezes este caminho solar ficam então, para nós, sinalizadas as regiões em que, na latitude celeste zero, um planeta no interior da órbita terrestre pode fazer sombra no Sol, se aí encontrá-lo; e um planeta exterior pode ser ocultado pelo Sol durante uma conjunção.

Os nodos ascendentes, pontos em que os planetas cruzam a eclíptica para o norte, têm significação francamente favorável, e os nodos descendentes, onde eles a cruzam para o sul, têm qualificação nefasta, pelo menos no âmbito das aparências e da relatividade cósmica.

Assim como as posicões afélicas e periélicas, as regiões nodais na eclíptica são sinalizadas pela "visão" que o Sol tem dos planetas, quando estes então alcançam tais posicionamentos em que suas relações com a luz e com o calor vital são qualitativamente especiais. Para análise astrológica, são importantes os trânsitos planetários sobre estas regiões zodiacais, tanto em seus posicionamentos geocêntricos quanto heliocêntricos.

Demonstrando a técnica: o astrólogo analisa seu próprio mapa

Tabelas de afélios, periélios e nodos planetários
Carta aberta aos astrônomos


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