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Astrologia Médica

 
 

 

OS CAMINHOS DA ASTROLOGIA MÉDICA
A saúde está no mapa?

Entrevista com Ana Teresa Ocampo,
Roseane Debatin e Jaime Camaño
Início | Parte 5

CONSTELAR - E sua ligação com os florais de Minas, Jaime? Como começou? Você acabou não contando...

JAIME - Um dia, ainda morando em Brasília, alguém... não me lembro mais quem foi, comentou sobre um casal que andava pesquisando os florais da região de Minas Gerais. Minha reação de desconfiança foi imediata e, num deboche cínico e sarcástico, comentei com meu informante que devia ser mais um daqueles sensitivos que andam por aí, que põem a folha de uma planta na língua, como Bach também fazia, e saem dizendo para que fins terapêuticos serve. Depois de três anos, já morando em Curitiba, dei de cara numa livraria com um livro chamado As essências Florais de Minas - síntese para uma medicina de almas. Não precisei chegar até o fim do livro para descobrir (e ter que dar o braços a torcer) que se tratava de pesquisadores sérios e responsáveis. A partir de então passei a trabalhar com os florais de Minas. Trocamos correspondências, o que resultou num livro em parceria, e por fim acabei conhecendo Breno e Edinamara pessoalmente, o que me permitiu uma certa redenção com a minha consciência, quando lhes contei dos pensamentos maldosos que tivera naquela ocasião.

ANA TERESA - Esse é o problema das terapias alternativas. Usar uma metodologia rigorosa é fundamental. Tem muita gente que usa um discurso vago, transita de um contexto cultural para outro sem muita base e acaba fazendo uma grande confusão. Quem age assim acaba prejudicando a credibilidade dos que trabalham a sério.

JAIME - Minha primeira impressão sobre o Breno foi exatamente essa: taí mais um doido, mais um sujeito com teorias mirabolantes. Florais de Minas? Bah... Mas o Breno, que é farmacêutico e pesquisador de campo, mostrou que usava uma metodologia rigorosa, conseguindo reunir o conhecimento de botânica e farmacologia com o mesmo tipo de sensibilidade intuitiva do Dr. Edward Bach.

CONSTELAR - O Breno e sua esposa, Ednamara, são co-autores do livro sobre Astrologia e florais de Minas que você lançou em 1998. Como surgiu a parceria?

JAIME - Foi tudo feito à distância. Na verdade, nem tivemos contato pessoal durante a produção do texto. Primeiro, elaborei os perfis comportamentais relacionados a cada aspecto astrológico, com base na própria experiência de atendimento. Em seguida, montei os quadros de sugestões florais correspondentes a cada perfil. O trabalho já estava pronto quando consegui o endereço do Breno e resolvi mandar o texto para ele, com uma carta. Sugeri que ele revisasse e desenvolvesse os textos referentes às sugestões florais, mas ele foi mais além. Enriqueceu o livro de forma decisiva e transformou-se em co-autor, assim como a Ednamara. Eles vivem em uma cidade mineira chamada Itaúna, que deve ter a maior concentração de terapeutas e pesquisadores florais do Brasil, além de muitos homeopatas também.

CONSTELAR - Florais de Minas são uma espécie de tradução brasileira dos florais de Bach... Ou não?

JAIME - Não é bem assim. O sistema de Bach inclui apenas espécies florais de área temperada. O número de essências não é muito grande, já que a própria região de Gales, onde Bach realizou a maioria das pesquisas, não é das mais variadas botanicamente. Os florais de Minas referem-se a uma região muito mais heterogênea em termos botânicos, e o número de essências é bem mais elevado. Não há correspondência absoluta entre florais de Bach e de Minas, se bem que algumas essências apresentem um quadro de indicações bastante semelhante.

Sri Lanka, 1995: num hospital público, Roseane Debatin aplica agulhas de acupuntura na cabeça de uma paciente nativa.

CONSTELAR - Roseane, você disse que seu interesse na Homeopatia só veio mais tarde. Como foi?

ROSEANE - No Oriente, a Acupuntura é utilizada normalmente na rede pública de saúde, e eu queria conhecer de perto essa experiência. Então, fui fazer um estágio num hospital em Colombo, capital do Sri Lanka. Lá, vi o uso da Homeopatia nos hospitais públicos e constatei sua eficácia clínica e como os efeitos eram rápidos. Assim que voltei, entrei no curso de Homeopatia da Santa Casa.

CONSTELAR - A rede pública do Sri Lanka adota exclusivamente a Acupuntura e a Homeopatia?

ROSEANE - Em 90% dos casos, sim, especialmente a Acupuntura e outras técnicas de Medicina Tradicional Chinesa, além da Ayurvédica. No hospital em que fiquei, o atendimento era feito ao ar livre, com todos os pacientes sentados lado a lado, espetados com agulhas muito mais grossas do que as que usamos por aqui, e num clima bem mais descontraído e humano, sem essa impessoalidade dos hospitais modernos.

JAIME - Ela ia atender aos pacientes montada num elefante... (risos)

CONSTELAR - Nunca mais você fez medicina convencional de lá pra cá?

ROSEANE - Quando é preciso, faço sim. A medicina ocidental não é boa para o tratamento de doenças crônicas, mas é útil exatamente nos casos que requerem intervenção rápida, eficaz e invasiva, quando necessário. Neste sentido, ela tem um arsenal de recursos que seria uma burrice ignorar. Basta pensar, por exemplo, num caso de atropelamento com fratura exposta e hemorragia interna. Neste caso, a cirurgia é inevitável, e é claro que não faria sentido dispensar os recursos de diagnóstico e de terapêutica da medicina convencional, como raio-x, anestésicos, drogas anti-arrítmicas, anti-hemorrágicas e assim por diante. Mas, depois do quadro estabilizado, nada melhor do que entrar com os recursos ditos alternativos, que vão levar a uma recuperação mais rápida e sem complicações.

CONSTELAR - E que recursos são esses?

ROSEANE - Por alternativos, entendo todos os recursos que não fazem parte do repertório da medicina convencional, que é aquela que se ensina nos cursos de graduação: Homeopatia, Acupuntura, magnetoterapia, cromoterapia, fitoterapia etc.

Astrologia Médica e pensamento analógico

Sri Lanka: enquanto a esposa (foto acima) é atendida, o marido aguarda do lado de fora do hospital, montado em seu elefante.

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