Revista Constelar Revista Constelar

 

 

 
 
 
JÚPITER E LUA NO IMAGINÁRIO POPULAR

O velório de Leandro
e o fantasma de Jânio Quadros

Fernando Fernandes

 

Leandro, Jânio Quadros e a passagem de Plutão em Virgem

Há um interessante paralelismo entre a vida do cantor Leandro e a evolução política do Brasil nos últimos 37 anos. Basta recordar que o cantor nasceu apenas nove dias antes da renúncia de Jânio Quadros, ocorrida em 24 de Agosto de 1961, quando Plutão transitava na casa 7 da carta do Grito do Ipiranga, em 7°18' Virgo, ativando por quadratura a Lua radical do país, no sétimo grau de Gêmeos.

O gatilho da crise desencadeada pelo ato enigmático e intempestivo de Jânio foi exatamente a Lua, cujo trânsito pelos primeiros graus de Aquário, ao longo daquele distante 24 de agosto, afetou por quadratura Marte em Escorpião e, em seguida, Saturno em Touro do mapa do Grito. A marca de Plutão na decisão do presidente fez-se presente na famosa declaração em que Jânio atribuía sua renúncia a forças ocultas, cuja verdadeira natureza, diga-se de passagem, jamais chegou a explicar. Muitos historiadores que analisaram a fundo o período convergem hoje para a conclusão de que o objetivo de Jânio, ao renunciar, era mobilizar a opinião pública e criar um clima que lhe permitisse o retorno ao palácio nos braços do povo. Uma estratégia de manipulação e chantagem digna de Plutão.

Outro ato plutoniano do presidente teria sido, a crer nas revelações do ex-ministro Moura Cavalcanti ao jornalista Geneton Moraes Neto, o planejamento da anexação da Guiana Francesa, cuja preparação envolveu até mesmo a abertura secreta de picadas na floresta amazônica do Amapá, junto à fronteira. Se não tivesse tomado a decisão da renúncia, Jânio poderia ter arrastado o Brasil para um sério (e tresloucado) confronto armado com a França.

Círculo interno e estrutura de casas: Morte de Leandro - 23.06.1998, 0h10 - São Paulo, SP. Círculo do meio: planetas da renúncia de Jânio Quadros - 24.08.1961 - Brasília, DF. Círculo externo: planetas na Independência do Brasil (Grito do Ipiranga) - 07.09.1822 - 16h30 - São Paulo, SP -
46w37, 23s32.

Detalhes a observar: o Ascendente e o Meio-Céu da morte do cantor Leandro coincidem com Plutão e Netuno da Independência. O Sol da morte de Leandro, no Fundo do Céu, também está em aspecto fechado com esta quadratura da Independência. Já o Plutão da morte de Leandro fecha quadratura com o Plutão da renúncia de Jânio Quadros, em 1961. Este conjunto de ativações mostra por que a agonia e morte do cantor provocaram uma mobilização tão forte do público.

A morte de Leandro, ocorrida às 0h10 da manhã do dia 23 de junho de 1998, coincide com o trânsito de Plutão em oposição à posição natal da conjunção Lua-Júpiter na carta de 1822 e em quadratura ao Plutão de 1961. O significado é claro: a eliminação (Plutão) de um ícone da cultura popular brasileira, aqui simbolizada na música caipira, em geral, e na dupla Leandro e Leonardo, em particular. Trinta e sete anos antes, fora a vez da classe média decepcionar-se com o homem da vassoura que se elegera apoiado no discurso da moralidade, prometendo varrer toda a corrupção e regenerar o país. A vassoura de Jânio, símbolo de limpeza moral e transformação radical de costumes, bem pode ser identificada com a passagem de Plutão em Virgem formando a quadratura com Júpiter-Lua no mapa do Grito do Ipiranga.

Leonardo e o resgate de um arquétipo


Anterior | Próxima | Sumário desta edição | Índices

© 1998-2004 Terra do Juremá Comunicação Ltda.