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Nível Especialização - Linha Avançada de Trânsitos

Trânsitos de Netuno: Agonia e Êxtase

"Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim."

Este trecho de Dispersão, de Mário de Sá-Carneiro (1890-1916), mostra bem como se sente alguém que vive um dos trânsitos de Netuno. Eles são sutis e insidiosos. Demoramos a perceber seus efeitos. Durante algum tempo, tudo parece permanecer em seus lugares e a vida segue como sempre foi, mas a relação que temos com o mundo imperceptivelmente começa a mudar. O que antes nos empolgava parece não fazer mais sentido. E vem uma ânsia de deixar para trás as exigências da vida cotidiana e encontrar alguma forma de alívio interior. Mas como encontrar a chave do nirvana?

Viver um trânsito de Netuno é perder o limiar. É buscar um patamar mais elevado para ressignificar a existência. Netuno é agonia ou êxtase. A escolha é sua.

 

Leia alguns trechos:

"Como poderíamos detectar experiências que astrologicamente pudéssemos chamar de “netunianas” em nossa vida comum? Iluminações místicas? Êxtase religioso? Um encontro com o maravilhoso e o fantástico na forma da realização de sonhos românticos?

Após anos e anos de observação, não resta dúvida de que todas as experiências acima fazem parte do escopo do trânsito de Netuno. No entanto, elas não só não são as únicas como também NÃO são as mais freqüentes. Muito pelo contrário. Na maior parte das vezes julgamos estar atingindo o “maravilhoso”, o idílico, o utópico, durante esses trânsitos, mas é aí que reside o problema: aquilo que é utópico, perfeito, ideal, só existe na mente. A partir do momento em que uma coisa ou uma situação adquire tangibilidade, ela fica sujeita a uma das leis mais importantes de serem assimiladas por quaisquer pessoas que tenham alguma ênfase em Netuno em seus mapas: a dualidade. Aquilo que no imaginário é perfeito, a solução de todos os problemas, a cessação de todos os conflitos, no mundo concreto (e, notem que não estou dizendo que é o mundo “real”, pois existem diversas dimensões de realidade uma delas é a do imaginário) adquire toda a corruptibilidade que é inerente às coisas do mundo. O “bom” só o é em relação a alguma coisa que para que ele seja considerado “bom”, tem que ser “má”. E mesmo esse “bom” ou, ainda, “bem”, pode ser altamente pernicioso se em exagero ou em relação a um contexto diferente que requer outra forma de lidar com as coisas. Partindo desse princípio, oferecer, compassivamente, um Big Mac, do McDonalds a um indiano vegetariano que por algum motivo esteja morrendo de fome pode ser ao mesmo tempo uma ofensa, uma sentença de morte e um tremendo deboche. Isso é bom?

Nesse caso entra um lado mais, digamos, “afinado”, de Netuno: a capacidade de relativizar. As situações envolvidas em seus trânsitos requerem que desenvolvamos profundamente essa capacidade.

Logicamente que não é possível reduzir as manifestações concretas de um trânsito a apenas duas situações extremas: o maravilhoso e a desgraça. Existem diversos matizes entre esses dois pontos, e o mais interessante de tudo é ver que, numa situação real de sofrimento e de vitimação, tanto a vítima quanto o algoz têm consideráveis parcelas de culpa, especialmente se estivermos falando de circunstâncias ocorridas durante um trânsito de Netuno. Talvez o termo mais adequado nem seja “culpa”, mas “inconsciência”, pois é disso o que tratamos ao verificarmos o movimento desse planeta. As coisas que não podemos controlar, que sempre estão um passo ou mais adiante de nossa capacidade de compreensão, que existem, agem e se manifestam à revelia de nossa percepção imediata, tudo isso é netuniano. Por isso nos sentimos tão confusos e desamparados num trântito como esse sobre pontos cruciais de nosso mapa.

Ali, em algum nível de nossas consciências e também de nossas existências concretas, estamos revivendo um drama arquetípico que encontra eco nos mitos sobre Dionísio, nos relatos bíblicos sobre o Cristo e sobre todas as personas-símbolo que encarnam o deus-ferido, o curador, o redentor."

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Este curso, de autoria de Carlos Hollanda, é indicado para quem já tem alguma base na interpretação de cartas natais e deseja aprofundar conhecimentos em interpretação de trânsitos, especialmente considerando a perspectiva comportamental. Faz parte de um conjunto chamado Linha Avançada de Trânsitos, constituído por cinco cursos:

Marte e Júpiter, o Roteiro da Aventura
Trânsitos de Saturno: Lidando com o poder
Urano: Chutando o Balde
Netuno: Agonia e Êxtase
Plutão: a Descida aos Infernos

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