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Um olhar brasileiro em Astrologia
 Edição 95 :: Maio/2006 :: -

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ENFOQUES DIDÁTICOS

A Astrologia e a Psicologia de Jung

Angela Schnoor

De todos os enfoques psicológicos, o de Jung é aquele que se tem revelado mais abrangente e mais próximo do modelo astrológico total. É o que defendeu Angela Schnoor em palestra durante o Encontro Aberto de Astrologia realizado no auditório do IBAM, Rio de Janeiro, em 23 de março de 1997, agora transcrita para Constelar.

Interação da astrologia com correntes terapêuticas e psicológicas

Em meu ponto de vista, a astrologia é um modelo da psique, e a psicologia mais antiga, que antecedeu às psicologias. As diversas teorias e métodos psicológicos se encaixam em partes deste "modelo primeiro" e mais completo, cada uma delas enfocando uma parte da mandala astrológica, dando ênfase em um ou outro eixo zodiacal.

A palestrante Angela Schnoor e o psicólogo suíço Carl Gustav Jung.

A Psicologia Analítica de Jung tem-se mostrado a mais abrangente até então e a mais próxima do modelo astrológico total. Destaco como principais pontos de contato:

  • luz e sombra = signos em suas polaridades
  • anima e animus = luminares
  • a tipologia de Jung = quatro elementos
  • o enfoque pela simbologia e mitologia
  • o conceito de individuação e a integração pela mandala
  • A própria abordagem de Jung no processo terapêutico, onde considera todos os demais métodos, teorias e propostas de acordo com o paciente e seu momento:

Muitas vezes me perguntaram qual era meu método psicoterapêutico ou analítico; não posso oferecer uma resposta unívoca. Cada caso exige uma terapia diferente. Quando um médico me diz que "obedece" estritamente a este ou àquele "método", duvido de seus resultados terapêuticos. Trato cada doente tão individualmente quanto possível, pois a solução do problema é sempre pessoal... Uma verdade psicológica só é válida se puder ser invertida. Uma solução falsa para mim pode ser justamente a verdadeira para outra pessoa... Devem-se utilizar com muita prudência as hipóteses teóricas. Talvez elas sejam válidas hoje e amanhã surgirão outras... A meus olhos, diante do paciente só existe a compreensão individual. Cada doente exige o emprego de uma linguagem diversa. Assim, numa análise, posso falar uma linguagem adleriana, em outra, uma linguagem freudiana (terminologia de A. Adler e de Freud).

(Memórias, Sonhos, Reflexões. Ed. Nova Fronteira, 7ª edição, p. 120 e 121)

Jung não pôde compreender e utilizar melhor a astrologia porque ela só pode ser vista mais adeqadamente do ponto de vista psicológico através de suas próprias teorias. Ele deu nomes psicológicos aos conteúdos astrológicos.

Considero que a astrologia pode e deve servir de embasamento para toda e qualquer disciplina ou conhecimento, e privilegiados aqueles que a conhecem. Como Sabedoria de Vida, facilita o melhor entendimento de qualquer processo e amplia o entendimento de outras "línguas".

Lembro-me que em abril de 94 assistia ao vídeo "Splendor Solis" onde uma série de gravuras alquímicas era interpretada por eminente analista junguiano, que, com a simplicidade dos velhos sábios, confessava em determinado momento não ter resposta para um certo simbolismo que aparecia nas gravuras. Para mim, à luz do saber astrológico as respostas eram claras e a relação que pude fazer tentei, em vão, passar para o responsável pelo evento, outro eminente analista junguiano, não tão aberto quanto Jung, nem tão sábio quanto o outro.

Conteúdos da psicologia na análise da personalidade através do mapa

Como o mapa astral retrata todo o potencial do indivíduo, assim como as possibilidades de seu desenvolvimento, basta que se usem enfoque e linguagem psicológicos para que se tenha o melhor diagnóstico e prognóstico possível, orientação segura para prevenção e tipo de terapia mais eficaz para aquele indivíduo.

Acima de tudo, pelo autoconhecimento proporcionado pela leitura e acompanhamento do próprio mapa, o terapeuta assim como o astrólogo pode reconhecer e reduzir suas projeções sobre o cliente

Para citar apenas um exemplo: os momentos de abertura para o inconsciente poderão ser melhor aproveitados em trânsitos dos planetas trans-saturninos, assim como as progressões da Lua sobre eles no mapa natal.

Plutão em Sagitário: novas escolas e métodos terapêuticos

Penso que, além das doenças decorrentes da vida sedentária, as desordens emocionais serão as grandes doenças do futuro. A falta de espaço e a exacerbação do mental deverão trazer uma busca maior de conscientização e a necessidade de individualidade devido à massificação. O médico ou o terapeuta perderão o poder sobre o paciente. Restará a parceria, o curar juntos e os trabalhos em grupo.

Vejo que hoje as terapias alternativas proliferam, mas, em sua maioria, continuam a funcionar sob o mesmo prisma curativo e não preventivo e nos mesmos moldes fracionários do ser humano, enquanto o apelo ao "Espiritual" atua, equivocadamente, como negação do racional e/ou corporal.

Alguma coisa deve surgir com uma visão unificadora e capaz de retomar um sentido para a existência. Para Jung, a religião era uma função psíquica (Self = Deus). A experiência de encontro com o Self é vivida como uma experiência religiosa, pois compreende:

  • Uma busca de sentido para a vida;
  • A atitude durante o processo pressupõe entrega, perda do controle do ego e necessidade de re-ligar-se;
  • Temas religiosos são expressos no processo;
  • Vem acompanhada de efeitos de Paz, Salvação e a sensação de se ter recebido uma "Graça", semelhantes às vivências tidas por religiosos;
  • Experiências da fusão de opostos, de totalidade, semelhante à fusão com o Divino.

Do meu ponto de vista, o método terapêutico do futuro compreenderá uma volta à religião, à busca de deus, do sagrado, dos rituais como forma de atingir a totalidade. Assim como deus, a arte será um meio de se alcançar harmonia e plenitude.

Plutão não só irá representar esta mudança nas religiões - principalmente nas Igrejas e, em especial, na Católica, com seus dogmas e carência de Sentido - mas a recuperação dos rituais primitivos onde o instinto do homem será resgatado sem tabus. E me pergunto também se, entre tantos sonhos premonitórios, Jung não terá previsto a queda da Igreja quando visualizou a figura de Deus evacuando sobre uma catedral.

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