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 Edição 133 :: Julho/2009 :: -

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A CRISE NO IRÃ NA ÓTICA DA ASTROLOGIA TRADICIONAL

A primavera de Teerã

Gerson Pelafsky

free IranManipulação das eleições e revolta popular: a juventude iraniana vai às ruas e a violência da repressão transforma a jovem Neda em mártir da liberdade. Como os astrólogos antigos fariam previsões sobre o futuro do regime de Ahmadinejad?

Alguns comentaristas denominaram os recentes eventos ocorridos no Irã de “A Primavera de Teerã”, uma evidente alusão ao famoso episódio histórico da “Primavera de Praga”, quando os ventos da liberdade sopraram sobre as decrépitas estruturas do regime comunista da antiga Tchecoslováquia. Do mesmo modo, setores significativos do povo iraniano tomaram as ruas de assalto, protestando contra a suposta fraude eleitoral de junho, num anseio por reformas e pela liberalização do regime.

Creio que nenhuma outra expressão seria mais apropriada para definir este momento, sob um prisma astrológico, visto que a carta do equinócio da primavera, uma carta calculada para o ingresso do Sol no signo tropical de Áries, reflete com muita propriedade os fatos.

Este ingresso nos dá a oportunidade de aprender a partir de comentários de mestres da astrologia do passado, como Ramsey em seu clássico Astrologia Restaurata. O texto que se seguirá será pródigo em citações, não por pedantismo, mas com o fim precípuo de evitar a impressão de que se trata da visão parcial do astrólogo, tentando distorcer os fatos e usando a astrologia como instrumento de propaganda. A interpretação provém diretamente de fontes “neutras”, por assim dizer...

Irã - Ingresso Solar em Áries 2009

20/03/2009 15:13:38 IT: +3:30
Teerã 35n40, 051e26

Diz Ramsey, no clássico citado, livro 4, seção 2, cap.1:

Se o significador do rei está sob os raios do Sol, há muito perigo de seu falecimento nesta revolução (nota: ingresso solar), mas eu ao contrário julgaria que seu poder real está próximo a um fim, ou é provável que seja eclipsado, porque há muitos significadores a serem considerados para o julgamento da morte... eu digo que seu poder e glória será eclipsado e sacudido e talvez derrubado nesta época...

Ramsey esclarece em outra passagem que as condições atribuídas ao "Rei" podem igualmente ser conferidas a líderes ou governantes, em países não sujeitos ao governo real.

Se há algum aspecto entre o regente do Ascendente e o regente da casa 10, o povo também se levantará contra seus superiores, para rejeitá-los.

Ambas as condições podem ser vistas nesta carta de ingresso: Vênus, regente domiciliar da casa 10, mergulha nos raios do Sol, regente do signo Ascendente, retrogradando e vindo a alcançar a conjunção, decorridos alguns dias.

Quanto à condição do povo no ano vindouro (capítulo, seção 2):

O Sol como significador do povo tendo domínio sobre o Ascendente, fraco e impedido, diminui a honra dos reis, abate sua condição, e o povo sofrerá muito dano e desgraça vinda de seus superiores, e será atormentado por eles.

O impedimento em questão deve-se à localização, por quadrante, do Sol na casa 8, o que lhe confere debilidade acidental (a exaltação do Sol neste caso não é significativa, visto que o Sol sempre está exaltado quando ingressa em Áries, e obviamente o rei ou governantes não serão sempre honrados e cobertos de legitimidade).

Bonatti, em seu Livro de Astronomia, nos fornece outro ângulo de visão. Citando Masha'allah, astrólogo persa do século 8 (capítulo 13, tratado 8):

...Se o Sol foi senhor do Ascendente na Revolução, e Vênus esteve sob seus raios, por ela ser senhora do Meio do Céu, o Sol será o significador do Rei. Isto porque, segundo eles, um planeta combusto ou sob os raios não poderia ser tomado como significador do Rei.

Neste caso, a boa condição do Sol mostra se o "Rei" e seus soldados são "justos e triunfantes". De acordo com Bonatti (capítulo 95), a localização do Sol na casa 8, como é o caso da carta de ingresso iraniana, deporia contra tal condição dos governantes: o Sol na casa 8 significaria "a depressão dos grandes homens, sua destruição e desaprovação devido a suas faltas..."

O mais influente historiador especialista em Oriente Médio, Bernard Lewis, da Universidade de Princeton, afirmou recentemente que a revolução iraniana teria ingressado em sua fase estalinista. Seria uma fase de terror, tal como aconteceu nas revoluções francesa e russa.

Um regime de terror, como se sabe, é caracterizado pela prisão e morticínio de seus oponentes ou dos que supostamente o são.

Talvez a afirmação do historiador seja uma antevisão sombria que não se concretize, mas a ênfase na casa 8 do mapa de ingresso solar e a localização ali do regente do Ascendente auguram sérios problemas à vista.

A Anistia Internacional, organização em prol da defesa dos direitos humanos, tem feito ressalvas a procedimentos injustificados por parte das autoridades iranianas, não compatíveis com o respeito aos direitos humanos. Em seu site, a entidade alertou que jornalistas presos correm o risco de ser alvo de tortura.

Outro estudioso, conceituador da noção de sistema, Drew, escreveu que um sistema necessita ter fronteiras flexíveis com relação ao ambiente; sistemas totalmente fechados estão condenados à destruição (entropia).

Esta noção poderia ser aplicada ao regime político do Irã, caso torne-se refratário à renovação e imune ao clamor popular de mudança.

Neda Agha-Soltan

Neda Agha-Soltan, estudante de música nascida em 1982 (data não identificada), participava dos protestos contra o regime de Ahmadinejad quando foi vítima de uma bala das forças de repressão. Sua morte, registrada em vídeo amador, correu o mundo e Neda tornou-se um símbolo da luta contra a ditadura iraniana. Em farsi, a língua local, Neda significa a voz, o chamado ou a mensagem divina. Após sua morte, Neda passou a ser chamada de "a voz do Irã" e seu rosto está em milhares de cartazes, como o que ilustra o início deste artigo. (Nota do Editor)

A Lua, bem como a Parte da Fortuna, podem nos fornecer indicações quanto à condição do povo.

É interessante notar que Mercúrio, regente desta Parte, encontra-se debilitado na casa 8, sofrendo a oposição de Saturno. Saturno retrógrado, segundo Masha'allah em seu livro Flores da Astrologia, reflete "o temor do rei por seus inimigos, ele temerá seu crescente poder". Vemos aqui o temor diante da livre circulação de ideias (Mercúrio), e subsequente instituição da censura e prisão de jornalistas. O povo iraniano, representado por Mercúrio, soube burlar a camisa de força imposta pelos Aiatolás, através da internet (Mercúrio em conjunção com Urano), instrumento de liberdade.

Tendo em mente os futuros movimentos planetários, podemos antecipar possíveis desdobramentos que estão para ocorrer no Irã.

Em 7 de julho ocorreu um eclipse lunar, que incidiu na proximidade da Lua do ingresso solar.

Eclipse Lunar julho 2009 Teerã

Eclipse lunar - 7/07/2009 12:52 IT: +3:30
Teerã 35n40, 051e26

O mapa calculado para a capital mostra a lunação afetando o eixo das casas 3/9. A Lua rege o Meio do Céu, em detrimento. A Lua está nos termos de Vênus, portanto é limitada por Vênus, regente do Ascendente, situado na casa 8. Traduzindo: teocracia e poder (Lua) sofrendo a pressão do povo em função de atitudes governamentais intimidatórias. Novos desdobramentos na prisão de jornalistas (casa 3), assim como na área da justiça e clérigos (casa 9). Mudanças na esfera do poder (Lua).

20 de agosto de 2009 - Lua Nova sensibiliza o Ascendente da carta de ingresso.

16 de novembro de 2009 - a lunação ativa ângulos da carta de ingresso e aspecta Marte em trânsito, o qual se aproxima do Ascendente do mapa e da oposição com Júpiter. Esta é uma lunação potencialmente explosiva, devido aos planetas e aos ângulos implicados. Pode haver uma nova onda de protestos, acirramento da repressão ou indisposição do Irã com relação à comunidade internacional (casa 7).

Protestos no Irã

As lunações indicam que os protestos contra Ahmadinejad não vão parar.
O Irã deve viver ainda dias de turbulência.

20 de dezembro de 2009 - Marte retrógrado transitando próximo do Ascendente do ingresso. Marte estacionário é especialmente explosivo, segundo Bonatti (capítulo 37 do tratado 8, op. Cit.), para quem um planeta estacionário representa “a repetição do que havia cessado”, “desejo pelo mal”.

13 de Janeiro de 2010 - Saturno retrógrado opondo-se ao Sol do ingresso: “temor do rei por seus inimigos, temor de seu crescente poder”.

A conjunção de Júpiter e Saturno em Aquário ocorrerá no ano de 2020, iniciando um ciclo de 200 anos de conjunções predominantemente na triplicidade do elemento Ar. William Lilly em seu livro England's Prophetical Merline, discerne nesta mudança de triplicidade (da Terra para o Ar) o advento de líderes, homens dotados de grande discernimento moral, ético e intelectual, uma época de luzes, de criatividade e progresso... Devido a ser Aquário um signo humano, haveria um humanismo redivivo, onde a tutela de indivíduos por aqueles que se julgam a si próprios os escolhidos, seja por Deus ou pela História, daria lugar a um panorama de maior liberdade. À parte as evidências em contrário, já dizia John Lennon: “Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas não sou o único”.

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